Coreia do Norte prorroga Jogos de Massa alegando demanda popular

18 out 2018 - 11h03

Mais de 1,5 milhão de pessoas, entre elas "dezenas de milhares" de estrangeiros, assistiram às novas apresentações em massa da Coreia do Norte, afirmou a mídia estatal nesta quinta-feira, acrescentando que o espetáculo será prorrogado devido à demanda popular.

Participantes formam retrato do falecido líder norte-coreano Kim Jong Il, durante espetáculo em Pyongyang 09/09/2018  REUTERS/Danish Siddiqui
Participantes formam retrato do falecido líder norte-coreano Kim Jong Il, durante espetáculo em Pyongyang 09/09/2018 REUTERS/Danish Siddiqui
Foto: Reuters

A "Grande Performance Ginástica e Artística 'O País Glorioso'" foi lançada com estardalhaço pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, no dia 9 de setembro com a presença de centenas de jornalistas internacionais.

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Os primeiros Jogos de Massa do país em cinco anos deram a Kim a chance de obter moeda estrangeira em um momento em que o turismo é uma das poucas fontes de renda confiáveis restantes em meio a duras sanções da ONU contra Pyongyang em reação ao seus programas nuclear e de mísseis.

Até o meio de outubro ao menos 1,53 milhão de pessoas haviam assistido às apresentações, disse o vice-ministro da Cultura, Ri Sun Chol, à agência de notícias estatal KCNA.

"Ela está provocando outra rodada de entusiasmo intenso", disse Ri. A KCNA noticiou que os jogos criaram "um verdadeiro delírio entre as pessoas".

Citando grande procura, Ri disse que as apresentações serão prorrogadas, sem especificar por quanto tempo durarão.

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Agências de turismo ocidentais disseram em redes sociais que os jogos se estenderão ao menos até o final de outubro.

As performances foram criticadas por grupos de direitos humanos, que as consideraram equivalentes a trabalho infantil forçado, e depoimentos colhidos por grupos de desertores relatam regimes de treinamento brutais.

A estreia do espetáculo em um estádio que a Coreia do Norte diz acolher 150 mil pessoas contou com exibições de alta tecnologia com formações brilhantes de drones, lasers e projeções de luz.

Milhares de dançarinos, ginastas, lutadores de artes marciais e cantores interpretaram cenas de temas recorrentes na propaganda norte-coreana.

Em meados de setembro os jogos também foram palco de um discurso inédito do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que visitava Pyongyang para uma cúpula com Kim.

Ao contrário do que se viu em shows norte-coreanos no passado, as novas apresentações descartaram temas anti-Estados Unidos ou exibições de armas nucleares e mísseis balísticos, em vez disso mostrando cenas que enfatizam a campanha diplomática de Kim e os planos de desenvolvimento econômico do país.

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