"Estamos em um momento crítico. Ainda não chegamos lá. O que fizemos foi apenas uma pausa", disse. "Isso ainda não pode ser considerado um cessar-fogo. Um cessar-fogo não pode ser concluído até que as forças israelenses se retirem completamente, até que a estabilidade retorne a Gaza, até que as pessoas possam circular livremente, o que não acontece hoje", completou.
"Neste momento, nós — Catar, Turquia, Egito e Estados Unidos — estamos reunidos para avançar para a próxima fase", afirmou. Essa etapa, segundo ele, também é temporária, até que se encontre uma "solução duradoura".
A segunda fase do plano, ainda não aprovada, prevê o desarmamento do Hamas, a criação de uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional de estabilização.
Transição
O plano apresentado por Washington inclui um mandato de dois anos para um órgão governamental de transição em Gaza e uma força internacional para garantir a segurança no enclave palestino.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, defendeu neste sábado o envio de tropas de estabilização ao longo da Linha Amarela — zona tampão criada após o cessar-fogo — para monitorar o cumprimento do acordo entre Israel e Hamas.
Ele também reafirmou que a passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, será usada apenas para entrega de ajuda humanitária e médica, e não para deslocamento da população palestina.
Na sexta-feira, Egito, Catar e outros seis países de maioria muçulmana expressaram "profunda preocupação" após Israel anunciar que abriria a passagem apenas para quem deixasse Gaza. O Cairo negou ter concordado com a medida e insistiu que Rafah seja aberta nos dois sentidos.
Na quinta-feira, uma delegação israelense participou de conversas no Cairo sobre a repatriação do último refém mantido em Gaza, o que encerraria a primeira fase do plano proposto por Donald Trump.
Violações do cessar-fogo
Embora os combates tenham diminuído desde o início do cessar-fogo, em 10 de outubro, Hamas e Israel continuam trocando acusações de violações. Neste sábado, o exército israelense informou ter matado três combatentes palestinos que cruzaram a Linha Amarela em dois incidentes separados.
Autoridades palestinas relataram cinco mortes em Beit Lahiya e Jabalia, no norte de Gaza.
Catar e Egito apelaram para a retirada completa das tropas israelenses e o rápido envio da força internacional de estabilização para consolidar a frágil trégua.
Essas medidas fazem parte da segunda fase do plano de Trump para encerrar a guerra, iniciada com o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
A primeira fase, em vigor desde 10 de outubro, previa a libertação de reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos e uma retirada parcial das forças israelenses, que ainda controlam cerca de 50% do território.