A Organização Mundial da Saúde (OMS) esclareceu nesta terça que os casos de gripe suína resistentes ao antiviral Tamiflu registrados na Dinamarca, Japão e Hong Kong são casos isolados.
O diretor adjunto da OMS, Keiji Fukuda, explicou que não é surpreendente que apareçam casos esporádicos de resistência a um remédio e ressaltou que a vigilância do vírus em nível mundial continua sendo o fator-chave para controlar a propagação.
De forma paralela, Fukuda disse que não ocorreu uma combinação genética do vírus A (H1N1) com o da gripe sazonal.
Cento e vinte países informaram sobre casos confirmados de gripe suína, que já superaram os 98 mil, incluindo 440 mortes, segundo dados divulgados hoje pela OMS.
Sobre a situação no hemisfério sul, Fukuda disse que está seguindo o padrão que foi registrado há algumas semanas na América do Norte e disse que, na América do Sul, "foi isolado o vírus na maioria dos países".
"Para o hemisfério sul, podemos esperar um aumento da atividade (do vírus) durante o inverno, mas também pode ocorrer a situação incomum de uma alta atividade no verão", disse o responsável da OMS.
De maneira geral, Fukuda disse que a pandemia de gripe suína "evolui rapidamente, com situações em transformação tanto em nível global quanto dentro dos países", e antecipou que a OMS apresentará nos próximos dias a revisão de seu guia de recomendações para a vigilância do vírus.
"Em vista de que a situação está evoluindo, para muitos países faz sentido mudar o enfoque de vigilância para passar dos casos individuais a indicadores nacionais mais amplos", disse.
O grupo de especialistas em imunização da OMS se reuniu hoje em Genebra para abordar o desenvolvimento da vacina contra a nova gripe.
A respeito, Fukuda disse que, por enquanto, não podia oferecer detalhes do conteúdo da reunião, pois os especialistas devem elevar suas recomendações à direção geral da OMS para seu estudo.
Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados.