O cardeal ultraconservador americano Raymond Burke celebrou uma missa em latim no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O principal templo do catolicismo foi palco de uma celebração com rito tradicionalista pela primeira vez em três anos.
A cerimônia religiosa teve a participação de aproximadamente 200 padres e dois outros cardeais, reunidos por ocasião da 14ª peregrinação Summorum Pontificum ad Petri Sedem, que ocorre anualmente para celebrar missas no chamado rito romano.
Embora tenha causado muita controvérsia durante o pontificado de Francisco, que limitou severamente essa forma de celebração e incomodou as alas mais tradicionalistas do clero, a missa de Burke foi autorizada diretamente pelo papa Leão XIV. O ritual prevê que as homilias sejam celebradas em latim, com o sacerdote de costas para os fiéis, porém caiu em desuso após o Concílio Vaticano II (1962-1965), que autorizou missas em todos os idiomas.
Em sua homilia, o religioso americano evocou Nossa Senhora de Fátima, citando seu desejo de "nos proteger do mal do comunismo ateu, que afasta os corações do Coração de Jesus e os levam a se rebelar contra Deus e a ordem que Ele estabeleceu na criação".
"Nossa Senhora de Fátima denunciou a influência da cultura ateísta na própria Igreja, que levou muitos à apostasia e ao abandono das verdades da fé católica", acrescentou.
Desafeto de Francisco, o religioso, que usou vestes douradas e luvas de couro branco, também ofereceu a missa aos fiéis em todo o mundo "que se empenham a promover a beleza do Usus Antiquior do rito romano".