BolaWrap, o aparelho que policiais de Los Angeles usarão para 'laçar' suspeitos

A polícia diz que a ferramenta, que lança uma corda contra o alvo para imobilizá-lo, pode ser um recurso valioso para deter pessoas sem uso da força.

4 dez 2019 - 12h44
O BolaWrap foi projetado para envolver um indivíduo em uma corda, restringindo seus movimentos
O BolaWrap foi projetado para envolver um indivíduo em uma corda, restringindo seus movimentos
Foto: Wrap Technologies / BBC News Brasil

Duzentos policiais de Los Angeles, nos Estados Unidos, serão treinados para usar um novo aparelho projetado para deter uma pessoa envolvendo-a em um cordão.

O BolaWrap, recentemente adotado por outras forças de segurança do país, dispara uma corda que pode se enrolar no tronco ou nas pernas de um alvo localizado a uma distância de até sete metros.

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O objetivo é restringir o movimento desta pessoa, permitindo que os policiais consigam detê-la. Mas ativistas de direitos civis manifestaram preocupações sobre seus possíveis usos.

A princípio, três aparelhos serão usados por policiais de Los Angeles como parte de um teste de 90 dias, a partir de janeiro. A previsão é depois expandir a iniciativa, com o treinamento de 200 membros da corporação.

"Se você usa esse tipo de recurso, ganha tempo para que os policiais coloquem em prática medidas secundárias", disse o chefe da polícia Carlos Islas ao jornal Los Angeles Times. "É uma ferramenta de que necessitávamos faz tempo."

O aparelho lança uma corda de 2,43 metros de comprimento contra o alvo
Foto: Wrap Technologies / BBC News Brasil

Islas explicou que o aparelho só será usado em circunstâncias específicas, incluindo casos em que uma pessoa sofre de problemas de saúde mental.

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Esta será uma das muitas ferramentas empregadas por policiais e pode não funcionar para todas as situações, afirmou o chefe de polícia.

Como funciona?

A Wrap Technologies, empresa que fabrica o BolaWrap, o descreve como "um aparelho de detenção remota portátil que lança uma corda de 2,43 metros de comprimento".

No final da corda, disparada a uma velocidade de 156 metros por segundo, há duas pontas que se prendem a uma pessoa quando entram em contato com o corpo.

O BolaWrap pode envolver o tronco ou as pernas de uma pessoa a até sete metros de distância, diz a fabricante
Foto: Wrap Technologies / BBC News Brasil

"Os suspeitos são detidos com o mínimo ou nenhuma dor, além de isso permitir que os policiais os cerquem e investiguem a situação", diz a empresa em seu site.

Quem já usa?

Várias forças policiais americanas, como em Fresno, na Califórnia, e em Hendersonville, na Carolina do Norte, estão treinando seus policiais para usar o BolaWrap nas ruas.

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Em outubro, um policial de Fresno recorreu ao aparelho para prender um homem que esfaqueou duas pessoas.

O BolaWrap está sendo usado pelas forças policiais dos EUA como uma ferramenta não letal
Foto: Wrap Technologies / BBC News Brasil

No mês passado, a polícia de Santa Cruz, na Califórnia, anunciou ter comprado 20 aparelhos para ter à sua disposição uma "opção de força menos letal".

A imprensa americana comparou o BolaWrap às armas usadas pelo super-herói Batman, que emprega meios não-letais no combate ao crime.

Mas o aparelho também foi alvo de críticas por parte de ativistas de direitos civis. Em um debate sobre o novo recursos com a polícia de Los Angeles, Adam Smith, membro do Black Lives Matter (vidas negras importam, em inglês), disse que ele provavelmente seria usado em comunidades formadas principalmente por minorias étnicas e sociais, de acordo com o Los Angeles Times.

Que outras novas tecnologias a polícia está testando?

O BolaWrap é um dos vários recursos que forças policiais nos Estados Unidos vêm testando.

No mês passado, a polícia do Estado de Massachusetts disse que está usando cães-robôs para manter os policiais seguros em situações potencialmente perigosas.

Um porta-voz afirmou que o robô, fabricado pela empresa Boston Dynamics, é "uma ferramenta valiosa para a aplicação da lei devido à sua capacidade de permitir avaliar ambientes potencialmente perigosos".

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A União Americana por Liberdades Civis, um grupo de defesa de direitos humanos, pediu à polícia de Massachusetts que explique como os robôs estão sendo empregados e manifestou preocupações quanto à falta de transparência no emprego deste recurso.

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