Austrália chama embaixador na Indonésia após execuções

O primeiro-ministro destacou que a Indonésia é muito importante para a Austrália, mas indicou que as relações sofreram um abalo

29 abr 2015 - 01h11
(atualizado às 08h23)
Apoiadores dos dois traficantes australianos condenados à morte na Indonésia fazem vigília em Sydney, na Austrália, nesta terça-feira
Apoiadores dos dois traficantes australianos condenados à morte na Indonésia fazem vigília em Sydney, na Austrália, nesta terça-feira
Foto: Jason Reed / Reuters

A Austrália chamou nesta quarta-feira para consultas seu embaixador na Indonésia depois de dois cidadãos do país condenados à morte por narcotráfico terem sido executados junto a outro seis réus, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte.

Andrew Chan e Myuran Sukumaran foram fuzilados na madrugada de hoje na ilha de Nusakambangan, em Java Central, por um pelotão de execução. Entre os inicialmente condenados, apenas a filipina Mary Jane Veloso escapou da pena capital.

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O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, anunciou a retirada do embaixador em Jacarta, Paul Grigson, após as execuções, classificadas como "cruéis e desnecessárias" e que colocam as relações bilaterais entre os dois países em "um momento obscuro".

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Foto: AFP

"Condenamos o que ocorreu e não podemos agir como se nada tivesse acontecido. Por isso, uma vez que todas as cortesias tenham sido dadas às famílias de Chan e Sukumaran, nosso embaixador deixará Jacarta para consultas", disse Abbott em entrevista coletiva.

O primeiro-ministro destacou que a Indonésia é muito importante para a Austrália, mas indicou que as relações sofreram um abalo após o fuzilamento, impacto sentido já nas últimas semanas após a suspensão dos contatos ministeriais, que seguirão interrompidos por tempo indeterminado.

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Brasileiro preso por tráfico é executado na Indonésia
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A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, disse que a retirada do embaixador tem o objetivo de "mostrar o nosso desgosto pela maneira como nossos cidadãos foram tratados".

Julie, no entanto, evitou responder se a Austrália cortará os US$ 600 milhões enviados por ano à Indonésia em forma de ajuda, uma decisão que será anunciada na divulgação do próximo orçamento do governo, algo que deve ocorrer no próximo mês.

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Austrália e Indonésia tinham se reaproximado há dois anos, após a revelação de que os serviços secretos australianos tinham tentado, sem sucesso, escutar as conversas do presidente indonésio em 2009.

  
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