Argentinos começam a decidir futuro da economia nas primárias presidenciais

11 ago 2019 - 12h02

Os argentinos começaram a decidir nas eleições primárias deste domingo se a economia seguirá o caminho neoliberal ditado até agora pelo presidente Mauricio Macri ou se voltará para uma maior intervenção do Estado, como propõe o candidato de oposição Alberto Fernández.

As primárias são consideradas uma sondagem ampla e precisa do que pode ocorrer nas eleições gerais de outubro na Argentina, onde uma crise econômica atingiu a imagem de Macri no último ano e revitalizou o peronismo de centro-esquerda na oposição.

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Além disso, o resultado das primárias pode ter um impacto segunda-feira nos mercados, que têm o atual presidente como seu candidato preferido.

Aumento da inflação, desemprego e pobreza são o calcanhar de aquiles de Macri e sua aliança de centro-direita Juntos pela Mudança, que dificilmente terá chance de ganhar se muitos eleitores não enxergarem nele um impulso para a transparência e obras públicas.

Até meses atrás, um operador político, Fernández foi convidado pela ex-presidente Cristina Kirchner --de quem ele era chefe do Gabinete-- a liderar a chapa presidencial de oposição de centro-esquerda. Fernández é um político moderado que conseguiu unir grande parte do peronismo dentro da coalizão Frente de Todos.

"Haverá um processo de deterioração social e econômica ainda mais profundo... é por isso que eu voto em Alberto e Cristina", disse Pablo, de 48 anos, formado em Ciência Política na cidade de Buenos Aires.

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Com uma forte polarização, espera-se um resultado próximo entre os dois principais candidatos.

"Embora no dia a dia a mudança direta não seja vista, exceto em algumas obras em que se pode ver como estão, eu vou continuar apostando em Mauricio Macri", disse à Reuters Alejandro, arquiteto de 55 anos, nos subúrbios de Buenos Aires.

Enquanto o atual presidente se propõe a avançar com a abertura da economia e o ajuste do tamanho do Estado, Fernández está propenso a uma maior intervenção estatal para impulsionar o mercado interno e ampliar a atividade, atualmente paralisada.

As urnas permanecerão abertas até as 18h (horário local) e os primeiros resultados preliminares são esperados para três horas depois.

A maioria dos partidos já definiu antes das primárias seus principais candidatos, entre eles os que concorrerão à Presidência nas eleições gerais de 27 de outubro. Se nenhum dos presidenciáveis conseguir mais 45 por cento dos votos ou 40 por cento e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, um segundo turno será realizado em 24 de novembro.

Além do presidente, nas eleições os argentinos elegerão deputados, senadores, governadores e líderes locais.

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