Após Ômicron, é possível que pandemia acabe na Europa, diz OMS

Segundo Hans Kluge, diretor regional, assim que a onda da nova variante diminuir, haverá uma imunidade global por algumas semanas e meses

23 jan 2022 - 18h20
(atualizado às 18h22)
Agente de saúde em frente de loja onde o governo mandou abater hamsters
Agente de saúde em frente de loja onde o governo mandou abater hamsters
Foto: Tyrone Siu / Reuters

A variante Ômicron do novo coronavírus deu lugar a uma nova fase da pandemia de Covid-19 na Europa e poderá acelerar o seu fim, disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa. Segundo ele, a variante ainda poderá infectar 60% dos europeus antes de março.

"É plausível que a região esteja se aproximando do fim da pandemia", disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, à AFP, embora ele tenha pedido cautela dada a versatilidade do vírus.

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"Assim que a onda Ômicron diminuir, haverá uma imunidade global por algumas semanas e meses, seja por causa da vacina ou porque as pessoas terão sido imunizadas pela infecção, e também uma queda por causa da sazonalidade", disse ele. A OMS espera "um período de calma antes do possível retorno da Covid-19 no final do ano, mas não necessariamente o retorno da pandemia".

Na África do Sul, onde a variante Ômicron foi detectada pela primeira vez, novos casos vêm diminuindo nas últimas quatro semanas.

Em uma linha semelhante, o conselheiro da Casa Branca para pandemias nos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse neste domingo (23) que poderia haver uma reviravolta na situação dos Estados Unidos. Fauci afirmou que a atual onda de Ômicron estava atingindo o pico nacional nos Estados Unidos e que os casos de coronavírus poderiam cair para níveis gerenciáveis nos próximos meses.

"O que esperamos é que, à medida que chegarmos nas próximas semanas ou meses, veremos em todo o país o nível de infecção aumentar abaixo do que chamo de área de controle", disse Fauci durante uma entrevista à rede americana ABC.

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Isso não significa erradicar o vírus, segundo ele, já que as infecções continuarão. "Elas estão lá, mas não perturbarão a sociedade. Esse é o melhor cenário."

Sem era endêmica

Entretanto, a Europa não está em uma "era endêmica", o que permitiria que o vírus fosse equiparado à gripe sazonal, ressaltou o chefe da OMS. "Endêmico significa que podemos prever o que vai acontecer. Este vírus tem sido uma surpresa mais de uma vez. Portanto, temos que ser cautelosos", insistiu Kluge.

Não apenas a variante Delta ainda está circulando, mas novas variantes poderiam surgir. "Seremos muito mais resistentes, mesmo a novas variantes", disse Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, à emissora francesa LCI, no domingo.

"Estaremos prontos para adaptar vacinas se necessário, em particular aquelas que utilizam RNA mensageiro, para adaptá-las para lidar com uma variante virulenta", disse ele.

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Na região europeia da OMS, que inclui 53 países, alguns dos quais na Ásia Central, a organização estima que 60% das pessoas poderiam ser infectadas pela Ômicron até 1 de março.

Nos 27 estados membros da União Europeia, assim como na Islândia, Liechtenstein e Noruega, esta variante é agora dominante, de acordo com a agência de saúde europeia. A Ômicron apareceu no final de novembro e é mais contagiosa que a Delta, mas menos virulenta, especialmente entre os vacinados,

Com um aumento exponencial das infecções, o diretor do escritório europeu da OMS insistiu na necessidade de mudar as políticas públicas para "minimizar as perturbações e proteger as pessoas vulneráveis". O objetivo agora, de acordo com Kluge, é estabilizar a situação sanitária.

"Estabilizar significa que o sistema de saúde não está mais sobrecarregado pela Covid-19 e pode continuar a fornecer serviços de saúde essenciais, que infelizmente foram gravemente perturbados, tais como câncer, doenças cardiovasculares e imunização", enfatizou ele./AFP e NYT

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