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Evo define futuro político em referendo sobre reeleição

20 fev 2016 - 19h34
(atualizado às 21h04)
Foto: Istoé

O presidente da Bolívia, Evo Morales, definirá neste domingo seu futuro político no referendo constitucional que responderá se os bolivianos lhe autorizam ou não a concorrer outra vez como candidato em 2019 para buscar um quarto mandato consecutivo.

Morales viajou neste sábado de carro de Cochabamba à região de Chapare, onde estará acompanhado de seus aliados produtores de folhas de coca, que nos dez anos que está no poder foram um pilar central de seu governo.

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O governante viajou acompanhado por um grupo de autoridades e de jornalistas e neste domingo votará em uma escola da cidade de Villa 14 de Septiembre, informaram hoje fontes oficiais.

O vice-presidente do país, Álvaro García Linera, que também busca a reeleição com a mesma reforma constitucional, expressou hoje sua confiança de que a votação transcorrerá sem problemas.

"Tenho certeza que o dia de amanhã vai ser uma atividade eleitoral muito tranquila, como sempre foi, o povo boliviano defende seu direito ao voto, seu direito a decidir", declarou.

Na cidade de Sucre, de onde coordenará o pleito, a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Katia Uriona, pediu "uma participação em massa, mas que sempre esteja emoldurada no respeito às diferentes opiniões".

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Morales, que ganhou todos os processos eleitorais nos quais estavam em jogo sua própria liderança, enfrentará amanhã uma jornada de votação na qual sua imagem e a de seu governo chegam golpeadas por denúncias de suposta corrupção.

O presidente sustenta que quer concorrer em 2019 para continuar trabalhando nos projetos de industrialização do país que seguem pendentes e seguir avançando na redução da pobreza, na qual conseguiu importantes conquistas.

Mais de 6,5 milhões de eleitores se inscreveram para participar do referendo e definir se aceitam ou rejeitam a reforma do artigo 168 da Constituição do Estado para aumentar de dois a três o número de mandatos presidenciais consecutivos permitidos.

Se for aprovada essa modificação, Morales e García Linera poderão apresentar-se outra vez como candidatos para buscar um mandato até 2025, quando a Bolívia completará 200 anos de sua independência.

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Morales e García Linera iniciaram seu primeiro mandato em 2006, o segundo em 2010 e o terceiro em 2015, o que transformaria um possível próximo mandato no quarto da série.

No entanto, devido a uma decisão do Tribunal Constitucional, esse novo possível mandato seria considerado o terceiro.

Segundo o órgão constitucional, o primeiro período de Morales, 2006-2010, não deve ser computado nessa contagem porque a Bolívia foi refundada como Estado Plurinacional em 2009, ano em que também se aprovou a Carta Magna que agora se pretende modificar.

Se a reforma for rejeitada, Morales e García Linera cumprirão o mandato atual até 22 de janeiro de 2020 e seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), deverá apresentar outros candidatos em 2019, uma possibilidade sobre a qual o próprio presidente já falou.

Por sua parte, a oposição fez campanha contra a mudança constitucional afirmando que a prorrogação no poder prejudica a democracia.

O pleito contará com observadores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Mercosul e de instituições eleitorais de vários países da região.

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Nos últimos dias e de forma coincidente com o fechamento das campanhas, o clima político ficou mais pesado depois de um ataque de milhares de manifestantes contra a prefeitura de El Alto, ocupada pela opositora Soledad Chapetón.

Os manifestantes incendiaram na quarta-feira o edifício municipal causando a morte por asfixia de seis funcionários, uma tragédia que as autoridades responderam com a detenção dos supostos instigadores do protesto, entre eles dois dirigentes vinculados ao governo.

  
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