Chefe da inteligência militar dos EUA é demitido após relatório sobre ataques no Irã

O governo de Donald Trump demitiu, na sexta-feira (22), o chefe da inteligência militar dos Estados Unidos, junto com dois outros responsáveis do setor. A decisão foi tomada após a publicação de um relatório elaborado pelo departamento, que apontava a eficácia limitada dos ataques americanos no Irã. O alto oficial se torna, assim, a mais recente vítima do que parece ser uma verdadeira censura conduzida por Trump nos serviços de inteligência.

23 ago 2025 - 12h03

O governo de Donald Trump demitiu, na sexta-feira (22), o chefe da inteligência militar dos Estados Unidos, junto com dois outros responsáveis do setor. A decisão foi tomada após a publicação de um relatório elaborado pelo departamento, que apontava a eficácia limitada dos ataques americanos no Irã. O alto oficial se torna, assim, a mais recente vítima do que parece ser uma verdadeira censura conduzida por Trump nos serviços de inteligência.

Jeffrey Kruse, demitido por causa da publicação de documento que assume a eficácia limitada dos ataques no Irã.
Jeffrey Kruse, demitido por causa da publicação de documento que assume a eficácia limitada dos ataques no Irã.
Foto: AP - Mark Schiefelbein / RFI

Nos Estados Unidos, o motivo oficial para a demissão do chefe da inteligência militar, junto com dois outros responsáveis do setor, foi "perda de confiança". Mas para muitos, o tenente-general Jeffrey Kruse estaria sendo punido principalmente por sua falta de lealdade ao presidente americano.

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Dois meses atrás, seu departamento havia publicado um relatório preliminar indicando que os ataques americanos ao Irã, direcionados às instalações de enriquecimento nuclear, teriam atrasado o programa apenas por alguns meses. Essa era a opinião de muitos especialistas, mas não de Donald Trump, que insiste repetidamente que as bombas "aniquilaram" o programa para sempre. O relatório, amplamente repercutido pela imprensa, contradiz as declarações do presidente, que afirma que os ataques destruíram completamente os locais nucleares visados.

Limpeza em curso

A demissão desse militar respeitado é o mais recente episódio de uma "limpeza" que lembra práticas soviéticas. Nos últimos meses, cerca de dez chefes de diferentes ramos das Forças Armadas ou agências de inteligência foram afastados sob o argumento de "falta de confiança".

Membros do governo chegaram a declarar que não querem mais nenhum dirigente nomeado pela administração anterior de Joe Biden, algo bastante incomum. Afinal, os setores de inteligência e defesa são tradicionalmente apolíticos, com a missão de proteger os interesses nacionais de segurança, e não os de um presidente.

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