O magnata egípcio Naguib Sawiris, cuja família controla o império corporativo Orascom, disse que ele e seu irmão irão investir "como nunca" no Egito, depois da derrubada de um presidente que ele acusava de intimidar seus oponentes.
Sawiris, um cristão e um conhecido crítico de Mohamed Mursi, disse à Reuters que o governo do presidente islâmico tentou cooptar executivos ou, no caso dele que estava na oposição, atingir seus negócios familiares com impostos excepcionais.
Mais velho de três irmãos bilionários, Sawiris passou grande parte do ano num autoexílio, voltando ao Egito em maio, depois que as autoridades arquivaram denúncias de evasão tributária envolvendo a Orascom Construction Industries (OCI), dirigida por seu irmão Nassef Sawiris.
O grupo Orascom é um dos maiores empregadores privados do Egito -ele gera trabalho a mais de 100 mil egípcios, segundo Sawiris, que atualmente dirige uma nova firma de investimentos, a Orascom Telecom, Media and Technology.
"Minha família e eu vamos investir no Egito como nunca antes qualquer novo projeto onde pudermos nos interessar, novas fábricas que possamos abrir, quaisquer novas iniciativas que gerem empregos para os jovens do Egito", disse ele, sem entrar em detalhes.
"Tenho muita certeza de que o Egito irá voltar muito fortemente agora", disse ele em entrevista telefônica no domingo, falando de um iate na costa da ilha grega de Mikonos, onde passa férias.
As declarações de um dos principais empresários egípcios podem contribuir para a retomada da confiança em uma nação assolada por dois anos e meio de crise política e econômica. A quebra imediata do país foi evitada com a bilionária ajuda de países árabes do golfo Pérsico depois da intervenção militar que derrubou Mursi, em 3 de julho.
O empresário disse que manteve contatos com os governos do Kuweit e Emirados Árabes pedindo ajuda financeira para o Egito, mas que "não precisei convencê-los muito, eles já estavam convencidos".
Mursi foi derrubado após gigantescas manifestações populares nas ruas, em que ele era acusado de dar um viés excessivamente islâmico ao seu mandato.
"Há duas opiniões, uma que as pessoas que saíram em 30 de junho deveriam voltar às praças, meu argumento é que deveríamos voltar ao nosso trabalho e reconstruir nosso país", disse Sawiris, referindo-se à data que marcou o início das grandes manifestações contra Mursi.
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1º de julho - Manifestante vestido com a máscara de Guy Fawkes exibe cartão vermelho para o presidente Mohamed Mursi durante protesto na Praça Tahrir. Após um grande ato no domingo (dia 30), centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas exigindo que Mursi renunciasse ao cargo
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1º de julho - Manifestantes saqueiam prédio da Irmandade Muçulmana no Cairo. Após massivos protestos contra Mursi no final de semana, confrontos se espalharam pelo país entre opositores e simpatizantes do presidente. O saldo de mortos já chegava a ao menos 18 vítimas fatais
Foto: AP
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1º de julho - O presidente Mursi (dir.) se reúne com o primeiro-ministro, Hesham Kandil (centro) e o ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah el-Sisi, no Cairo. Em nome do Exército, Siisi deu um ultimato para que as forças políticas do país resolvessem em 48 horas a situação que levaram milhões de pessoas às ruas
Foto: AP
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1º de julho - Helicópteros militares sobrevoam a Praça Tahrir, no Cairo, com bandeiras do Egito. As Forças Armadas dão um ultimato às forças políticas do país para que o impasse político seja resolvido
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1º de julho - Centenas de milhares de pessoas lotam a Praça Tahrir após o anúncio do ultimato dos militares
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1º de julho - Silhueta de opositores egípcios que exigem a renúncia de Mursi após o ultimato dado pelos militares
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1º de julho - Fogos de artifício explodem sobre manifestação anti-Mursi nos arredores do Palácio Presidencial, no Cairo
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1º de julho - Simpatizantes de Mursi se manifestam enquanto fogos de artifício explodem sobre a região de Nasser, no Cairo
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2 de julho - Simpatizantes de Mursi treinam luta e se preparam para proteger o regime do presidente nos arredores da mesquita Rabia el-Adawiya, no Cairo
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2 de julho - Voluntários fazem cordão humano para proteger mulheres de agressões sexuais durante protesto contra Mursi na Praça Tahrir, no Cairo. Organizações de direitos humanos denunciaram que dezenas de mulheres foram violentadas em meio às manifestações e em vias de acesso
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2 de julho - Simpatizantes de Mursi tremulam bandeira enquanto helicóptero militar sobrevoa ato em Alexandria. As Forças Armadas sugerem que Mursi dê espaço para uma administração interina, o cancelamento da constituição de perfil islâmico e a convocação de novas eleições para 2014
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2 de julho - Manifestantes tomam ponte nas proximidades da Praça Tahrir para acessarem o protesto contra Mursi
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2 de julho - Policiais à paisada armados com fuzis acompanham manifestação anti-Mursi em Gizé
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2 de julho - Manifestante carregam bandeira gigante do Egito durante protesto contra Mursi no Palácio Presidencial, no Cairo
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2 de julho - Manifestantes contrários a Mursi projetam com lasers a expressão Game Over (o jogo acabou, do inglês) em prédio na Praça Tahrir. Durante a noite, Mursi discursa, defende a si próprio como o único representante legítimo do Egito e nega renunciar
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3 de julho - Manifestante protesta em frente à veículo em chamas durante confronto entre opositores e seguidores de Mursi em Gizé, durante a madrugada
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3 de julho - Manifestante ferido reage após confronto entre moradores e seguidores da Irmandade Muçulmana nos arredores da Universidade do Cairo. O ministério da Saúde aponta que mais 18 pessoas morreram nesses confrontos, iniciados na véspera
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3 de julho - Simpatizantes de Mursi rezam durante ato pró-Irmandade Muçulmana em frente à mesquita Raba El-Adwya, no Cairo
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3 de julho - Crianças egípcias seguram bandeiras do país e interagem com militares enquanto as Forças Armadas ocupam ruas do Cairo após o fim do ultimato para que o impasse político fosse resolvido
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3 de julho - Militares com armas em mãos montam guarda em manifestação contra Mursi nas proximidades da sede da Guarda Republicana, no Cairo. Um assessor de Mursi afirma que um golpe militar está em andamento
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3° de julho - Opositor de Mursi dá um beijo em militar durante ato nos arredores da Universidade do Cairo
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3 de julho - Fogos de artifício explodem sobre a Praça Tahrir em comemoração à queda do presidente Mursi. O chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Sisi, anuncia na televisão estatal que a deposição de Mursi. A Constituição é suspensa
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3 de julho - Manifestante exibe foto do general Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas, após ele anunciar a deposição do presidente Mursi
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3 de julho - Membros da Irmandade Muçulmana e seguidores de Mursi exibem fotos do presidente deposto após o anúncio dos militares, no Cairo. Mursi denuncia um golpe militar contra um "Egito civil e democrático" e diz que segue sendo o presidente legítimo do país. Ele é mantido em prisão domiciliar
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3 de julho - Manifestantes celebram a queda Mursi na Praça Tahrir. Novos confrontos pelo país após o anúncio militar deixam 15 mortos
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