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A dor da esposa de nigeriano espancado até morrer na Itália

O vendedor Alika Ogorchukwu foi morto em uma rua movimentada de Civitanova Marce, na Itália, na última sexta-feira. A polícia investiga como suspeito um homem italiano de 32 anos. 'A dor é muito grande para mim', disse a esposa de Ogorchukwu, Charity Oriachi, em uma entrevista no domingo.

1 ago 2022 - 18h43
(atualizado às 19h05)
O vendedor Alika Ogorchukwu foi morto em uma rua movimentada de Civitanova Marce, na Itália
O vendedor Alika Ogorchukwu foi morto em uma rua movimentada de Civitanova Marce, na Itália
Foto: Facebook/Alika Ogorchukwu / BBC News Brasil

A esposa de Alika Ogorchukwu, um vendedor ambulante nigeriano assassinado na sexta-feira (29/7) na Itália, exige justiça.

Ogorchukwu, de 39 anos, vendia produtos na rua principal de Civitanova Marce, uma cidade litorânea no mar Adriático. Segundo a polícia, depois de algum contato com o vendedor, um homem o espancou até a morte.

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A esposa do nigeriano, Charity Oriachi, concedeu uma entrevista neste domingo.

"Preciso de justiça para meu esposo. Isso é o que quero, porque a dor é muito grande para mim. Preciso de justiça", pediu Charity Oriachi, às lágrimas.

A morte do nigeriano, que deixa dois filhos, causou grande comoção na Itália, em especial porque ninguém defendeu a vítima, enquanto várias pessoas filmaram o ataque em pleno centro da cidade.

As imagens mostram um homem branco pressionando Ogorchukwu com força contra o chão, e este em vão tenta lutar por sua vida. A polícia prendeu um suspeito, um italiano de 32 anos, investigado por assassinato e roubo, já que teria levado o celular do ambulante após as agressões.

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Em uma entrevista coletiva, a polícia anunciou que a investigação continua aberta e não trouxe, até o momento, indícios de que o crime tenha sido motivado por racismo. Para os policiais envolvidos no caso, a violência teria sido desencadeada pela interação dos dois homens na rua.

Foto da cena do crime divulgada pela polícia local
Foto: Divulgação / BBC News Brasil

Em uma hipótese apresentada pelas autoridades, o nigeriano teria pedido dinheiro ao italiano que, por sua vez, recusou o pedido e depois partiu para as agressões.

O suspeito alegou que a briga começou porque a vítima "pediu esmola insistentemente" e agarrou o braço da namorada, que prestou depoimento como testemunha, de acordo com a agência de notícias EFE.

Clamores por justiça

Segundo informações apuradas pela BBC, Ogorchukwu começou a vender produtos na rua depois que sofreu um acidente automobilístico e perdeu o emprego devido às lesões que teve nas pernas.

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No sábado, centenas de pessoas da comunidade nigeriana local protestaram nas ruas de Civitanova Marche exigindo justiça.

Políticos italianos de partidos diferentes condenaram o ataque.

"Uma brutalidade inédita. Indiferença generalizada. Não pode haver justificativa", escreveu no Twitter Enrico Letta, líder do partido Democrático, de esquerda.

Matteo Salvini, senador da extrema direita e ex-ministro, declarou que "a segurança não tem cor" e "precisa voltar a ser um direito humano".

O embaixador da Nigéria na Itália, Mfawa Omini Abam, condenou o ataque e enviou mensagens de condolências à esposa de Ogorchukwu e à família.

A embaixada disse que está trabalhando com as autoridades italianas para garantir que a justiça seja feita e também para ajudar a família de Ogorchukwu. O embaixador pediu que membros da comunidade nigeriana na Itália mantenham a calma e evitem fazer justiça com as próprias mãos.

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- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62386773

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