Jovem vendedora de doces foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por roubo a um militar iraniano em São Paulo, utilizando arma de choque e substância química; caso ocorreu após uma Parada LGBTQIAPN+
Uma jovem vendedora de doces foi condenada a mais de dez anos de prisão por roubar um militar iraniano em São Paulo. O processo aponta que ela teria usando uma arma de choque elétrico e um pano com alguma substância química para levar dinheiro e outros pertences da vítima.
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De acordo com a ação a que o Terra teve acesso, o caso ocorreu na madrugada do dia 23 de junho, na Vila Sônia. Iasmin Tomaz Discher e o iraquiano se conheceram na Avenida Paulista no dia 22, quando ela vendia brigadeiros na Parada LGBTQIAPN+.
O militar a convidou para um jantar e ela aceitou. A vítima afirmou que levou Iasmin até um restaurante na mesma avenida, pagou a conta e, ao final, a acusada teria perguntado se ele poderia levá-la até o metrô da Vila Sônia, devido ao horário.
Ele a levou de carro até a estação, momento em que ela pediu para que o rapaz pagasse uma corrida de viagem por aplicativo. Nesse momento, segundo o iraquiano, ela se “transformou em um bicho”, começou a gritar com ele e apontou o taser para o seu pescoço, pedindo a chave do carro e uma transferência via Pix.
Ele alega que já tinha feito uma transferência de R$ 60 para que ela pagasse uma viagem por aplicativo, mas exigiu que transferisse o restante do dinheiro que estava em sua conta, R$ 495. Ela também queria levar a chave do carro, mas ele conseguiu tomá-la de Iasmin, conforme o processo, e exigir que ela fosse embora.
Antes disso, ela teria levado ainda R$ 1.500 em espécie que estavam no interior do veículo, além de cartões bancários e o documento de seguro do veículo. Durante a ação, a jovem ainda estava com um lenço contendo algum produto químico que tentou dar para a vítima respirar, no entanto, o militar a afastou. O caso foi registrado na Polícia Civil.
‘Burrice’
Em depoimento, Iasmin se declarou inocente, dizendo que o iraquiano tinha prometido comprar todos os brigadeiros se ela aceitasse jantar com ele. O valor seria de R$ 500, ou R$ 10 por brigadeiro.
Além disso, a vendedora afirmou que o militar dizia que estaria ali para ajudá-la a realizar seus sonhos, “pois era muito bonita e dedicada e não deveria estar vendendo doces na rua”. Ainda segundo ela, o rapaz tentou abraçá-la e beijá-la a força, e se negou a pagar pelos doces porque “eles não tiveram relações”.
No boletim de ocorrência, o militar anexou vídeos em que afirma ter assaltado um homem dentro do carro, dizendo que era do Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante seu depoimento, ela reconheceu que fez o vídeo por “burrice”, por acreditar que, por ser da comunidade, integrantes da facção a protegeriam.
Apesar das argumentações da jovem, a juíza da 9ª vara Criminal da Capital, Lilian Lage Humes, entendeu que Iasmin deveria ser mantida presa devido à “sua personalidade desvirtuada, de sua periculosidade”, além de ter cometido o crime mediante grave ameaça. A pena foi fixada em 10 anos e oito meses de prisão, em regime inicialmente fechado.
O Terra não conseguiu contato com a defesa de Iasmin até o momento.