O encerramento do ano é caracterizado por alterações nos hábitos alimentares e sociais que podem influenciar o funcionamento e causar impactos nos rins. De acordo com a nefrologista Dra. Daphnne Camaroske, da Fenix Nefrologia, a combinação de ingestão elevada de sal, bebidas alcoólicas e quadros de desidratação eleva a carga de trabalho dos rins. Essas variáveis podem resultar em picos de pressão arterial, desenvolvimento de cálculos renais e, em situações críticas, lesão renal aguda.
A ingestão de nutrientes específicos requer monitoramento durante as festas para evitar danos imediatos ao órgão:
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Sódio: O consumo excessivo está relacionado à retenção de líquidos e ao aumento da pressão intraglomerular, o que pode desestabilizar indivíduos com hipertensão ou insuficiência cardíaca.
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Potássio: Presente em vegetais escuros, leguminosas e água de coco, este elemento deve ser controlado por pacientes com doença renal crônica. O acúmulo sanguíneo (hipercalemia) oferece risco de arritmias graves.
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Proteínas: O excesso proteico demanda maior filtração glomerular, fator de risco para diabéticos e hipertensos devido à possibilidade de hiperfiltração ou piora da proteinúria.
Embora a disfunção renal possa ser assintomática em estágios iniciais, a observação de sinais clínicos é fundamental para a busca de assistência médica. Os sintomas listados incluem:
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Edemas em membros inferiores, face ou pálpebras;
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Alteração no volume ou na coloração da urina (urina escura ou com sangue);
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Fadiga, náuseas, câimbras e palpitações cardíacas.
Diante desses quadros, exames laboratoriais de creatinina, ureia e eletrólitos são as ferramentas de diagnóstico recomendadas.
Para indivíduos com patologias pré-existentes, o manejo do consumo de ultraprocessados e doces é essencial. A manutenção da terapia medicamentosa anti-hipertensiva não deve ser interrompida. Quanto à hidratação, esta deve ser constante, exceto para pacientes com restrição hídrica severa, como aqueles em diálise.
Sobre as bebidas, a especialista esclarece que versões de cerveja sem álcool contêm resíduos alcoólicos (0,5% a 0,8%) e componentes como fósforo, potássio e açúcares, devendo ser contabilizadas na ingestão diária de líquidos e carboidratos.
Para mitigar danos, recomenda-se intercalar a ingestão de água com álcool e priorizar o consumo de vegetais frescos. Após o período de festas, a retomada de uma dieta equilibrada, o controle de porções de proteínas e a prática de atividades físicas regulares auxiliam na recuperação da homeostase renal.