Enquanto em Londres os atletas brasileiros lutam por medalhas nos mais diversos esportes, estudantes iniciam uma batalha literalmente astronômica ao participarem da VI Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês), no Rio de Janeiro.
O Brasil concorre com duas equipes, somando dez alunos ao todo. Antes de iniciar a competição, os estudantes da delegação brasileira participaram de um treinamento intensivo com astrônomos, ex-participantes de olimpíadas e acadêmicos na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais.
As aulas foram coordenadas pelos professores Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar); Luciana Antunes Rios, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Julio Klafke, da Universidade Paulista (Unip); Pâmela Marjorie C. Coelho, coordenadora da Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog); e pelos estudantes universitários Rafael Tafarello (USP) e Júlio César Campagnolo (Observatório Nacional).
Para participar das olimpíadas internacionais, o candidato precisa de uma excelente pontuação na prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Em seguida, participa das seletivas e ainda passa por mais uma etapa. Depois, os classificados fazem um treinamento intensivo com vários astrônomos, como o que aconteceu na cidade de Passa Quatro.
Segundo o Dr. João Canalle, coordenador nacional da OBA, a iniciativa motiva os estudantes a despertar o interesse pela astronomia: "Nossa área é muito carente de profissionais especializados e dispomos de pouquíssimos professores formados. As olimpíadas científicas surgem com o objetivo de atrair não só os jovens, mas também os futuros mestres em astrofísica".
Sede da IOAA
Esse ano, o Brasil é a sede da IOAA. A cerimônia de abertura foi realizada no Planetário do Rio de Janeiro e contou com a apresentação da tribo indígena Desana, da comunidade Tupé, da região do Rio Negro, no Amazonas. Os participantes ainda assistiram ao filme "Céu Indígena", que conta como os povos que habitavam o Brasil, antes da chegada dos portugueses, observavam e identificavam as constelações. O encerramento da olimpíada acontecerá no Museu de Astronomia (Mast), no dia 13 de agosto.
A IOAA reúne 160 estudantes do ensino médio de 32 países, que participam de três modalidades: teórica, observacional e análise de dados astronômicos. As competições estão acontecendo na cidade de Vassouras, interior do estado do Rio de Janeiro.
Semana de Astronomia
Juntamente com a Olimpíada Internacional, a cidade de Vassouras recebe também o Encontro Regional de Ensino de Astronomia (EREA). Durante o programa, haverá palestras, exposições, oficinas pedagógicas, mostra de filmes científicos e observação astronômica. Dentre as inúmeras atividades oferecidas, o público poderá visitar o Observatório Magnético e o planetário da cidade, além de conhecer as fases da Lua e aprender como se compara o tamanho dos planetas. A cerimônia de abertura conta com a participação especial do astronauta Marcos Pontes.
Os EREAs são realizados por meio de parcerias locais e com recursos obtidos junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Instituto Nacional de Estudos Espaciais (INespaço). O encontro tem como missão debater e compartilhar práticas pedagógicas voltadas ao ensino da Astronomia e divulgar o valor dessa ciência em âmbito regional.