Uma estudante da cidade chilena de Arica foi expulsa da escola por participar do movimento estudantil que protesta por melhores condições na educação do país. Segundo a diretora da escola, Luz Marina Osorio, a jovem foi punida por ter mobilizado os alunos por meio da rede social Facebook para que a escola se somasse as ações realizadas em diversas cidades do Chile.
Lorena Mussa, estudante do ensino médio, disse que o único objetivo da iniciativa era chamar seus colegas para discutir as demandas dos estudantes para a educação do país. Segundo a jovem, Osorio teria ameaçado que se os estudantes tomassem a escola ela poderia "matá-los".
Apesar das ameaças, Lorena disse que continuou sua participação no movimento e que chamou os colegas para mais uma reunião por meio do Facebook. Segundo a estudante, eles estavam dispostos a conversar, debater e escutar, mas a diretora chegou ao local e a levou para sua sala.
A estudante afirmou que foi mantida durante cinco horas na sala até que o colégio informou sobre a decisão da expulsão. Os pais de Lorena foram chamados pela direção e se recusaram a aceitar a medida da escola. Uma denúncia foi feita à secretaria de Educação de Arica e a família aguarda que a medida seja revista.
Protestos estudantis
Segundo informações da agência Ansa, cerca de 400 mil pessoas se mobilizaram na quinta-feira em seis cidades do país durante uma manifestação convocada pela Confederação de Federações de Estudantes do Chile e pelo Colégio de Professores, de acordo com balanço entregue por ambas as organizações.
Na quarta-feira, o governo anunciou a antecipação das férias, na tentativa de conter os protestos. Os estudantes reivindicam não só a gratuidade do ensino, como também mais investimentos na educação e o aumento dos passes estudantis.