Saiba quem são os pré-candidatos a governador de São Paulo a um ano da eleição

Com incógnita de Tarcísio, nomes da direita e da esquerda já são cotados como possíveis candidatos

5 out 2025 - 04h59
Resumo
A eleição para o governo paulista em 2026 segue indefinida, com o governador Tarcísio de Freitas cotado tanto para reeleição quanto para a Presidência, enquanto nomes à direita e à esquerda, como André do Prado, Erika Hilton, Geraldo Alckmin, Kassab, Márcio França e Ricardo Nunes, começam a surgir como possíveis candidatos.

A eleição para o governo de São Paulo em 2026 é uma das maiores incógnitas do País. O centro da indefinição é o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), favorito à reeleição no Estado, mas também cotado para disputar a Presidência da República como sucessor de Jair Bolsonaro (PL). Mesmo neste cenário de incertezas, políticos de esquerda e de direita já se movimentam nos bastidores como potenciais candidatos, dependendo da configuração que o cenário eleitoral tomar. O Terra apresenta a seguir os nomes que são cotados ou já se declararam pré-candidatos ao governo paulista.

O primeiro turno das eleições está marcado para 4 de outubro de 2026. Para concorrer, os partidos políticos precisam ter seu estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com, pelo menos, um ano de antecedência em relação ao pleito. Além disso, é necessário possuir um órgão de direção constituído na respectiva circunscrição até a data das convenções partidárias.

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As convenções partidárias estão previstas para ocorrer entre o fim de julho e o início de agosto de 2026, período em que os partidos oficializam seus candidatos e coligações. Os pedidos de registro de candidatura devem ser protocolados até 15 de agosto do ano que vem. O registro para os cargos de governador e vice-governador é feito no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do respectivo Estado.

Veja abaixo, por ordem alfabética, os nomes que já foram sinalizados, mesmo que de forma não oficial, como potenciais candidatos:

André do Prado (PL)

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL)
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL)
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado André do Prado (PL), é cotado pela direita para suceder Tarcísio no governo caso o atual governador dispute a Presidência. Próximo a Bolsonaro, o deputado Gil Diniz (PL) declarou durante a votação da presidência da Alesp, em março, que apoiaria Prado em um futuro pleito estadual. "Hoje, voto em André do Prado. Em um futuro não tão distante, [voto] para governador de São Paulo."

Em junho, o próprio Prado afirmou estar preparado para ser candidato ao governo caso Tarcísio não dispute a reeleição. Ele ressaltou, porém, que uma eventual candidatura dependeria de uma decisão do grupo político que elegeu o governador em 2022. “Estou há 35 anos na vida pública, desde os 22 anos de idade. Estou preparado para qualquer projeto que o grupo decidir”, disse ao Brasil de Fato. “Caso o grupo entenda que isso é o melhor, meu nome está à disposição", completou.

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Erika Hilton (PSOL)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL), na Câmara dos Deputados (19/03/2025)
Foto: Antonio Araújo / Câmara dos Deputados

Com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) prestes a assumir a Secretaria-Geral da Presidência, o PSOL passou a ver a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) como seu principal nome no Estado. Ao Terra, a parlamentar confirmou que avalia a candidatura ao governo de SP, possibilidade que, segundo ela, "nasceu de maneira muito remota", mas ganhou força após pesquisas eleitorais colocarem seu nome em terceiro lugar. Ela enfatiza, no entanto, que a discussão ainda é inicial e que sua condição para entrar na disputa é que ela seja "unificada, conjunta, consolidada" com as demais siglas de seu campo político.

"Nós sabemos das dificuldades e do enfrentamento duro que teríamos", disse, citando a importância de um projeto conjunto para fortalecer a esquerda contra a extrema-direita.

Apesar do entusiasmo com a projeção "orgânica" de seu nome, Hilton deixou claro que "não tem uma decisão tomada", uma vez que segue formalmente candidata à reeleição para a Câmara dos Deputados. Ela se disse "empolgada com a possibilidade", que considera "muito inovadora" por a colocar no centro de uma disputa pelo maior Estado do País.

"Para mim é algo grandioso", declarou, ao destacar que sua trajetória política "está começando a reinventar possibilidades" para muitas pessoas. Por fim, destacou: "Não tem nada certo, não tem nada confirmado, não sabemos que caminho vamos tomar, estamos fazendo essas conversas e vamos indo".

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Geraldo Alckmin (PSB)

Alckmin fez nova reunião com secretário de Comércio de Trump
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil / Estadão

O foco principal de Geraldo Alckmin é permanecer como vice-presidente de Lula em 2026. No volátil cenário da política, porém, seus apoiadores veem uma oportunidade: as tarifas de Donald Trump contra o Brasil podem alavancar sua imagem para um desafio estadual. A aposta é que ele saia fortalecido o suficiente para medir forças com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, conforme apurou Iander Porcella, do Estadão.

Seu histórico como governador de quatro mandatos o coloca em posição de destaque. Um levantamento da Genial/Quaest confirma o favoritismo de Tarcísio, com 43% das intenções de voto, mas aponta Alckmin como o nome mais forte da esquerda, com 21%.

Gilberto Kassab (PSD)

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, defende que a anistia seja votada no Congresso.
Foto: Amanda Perobelli/Estadão / Estadão

O presidente do PSD e secretário estadual de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, admitiu em março a possibilidade de disputar o governo do Estado caso o governador Tarcísio de Freitas decida concorrer à Presidência e dê seu aval.

"O candidato em São Paulo é o Tarcísio, e o meu candidato será o dele. Caso ele decida disputar a Presidência e avalie que o meu nome é o mais adequado, eu aceito a missão", afirmou Kassab à CNN Brasil na ocasião. Ele acrescentou que o prefeito Ricardo Nunes também seria “um excelente candidato” em um cenário sem Tarcísio.

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Guilherme Derrite (PP)

Ex-agente da Rota, Guilherme Derrite é o secretário da Segurança Pública
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

Segundo relato de duas fontes ao Estadão, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), demonstra em conversas privadas disposição para concorrer ao governo de São Paulo se Tarcísio for candidato à Presidência.

Derrite superou a resistência inicial, motivada por sua projeção favorável ao Senado, passando a acreditar que teria o apoio de Bolsonaro para se tornar o candidato do bolsonarismo ao Palácio dos Bandeirantes. O ponto negativo seria um novo desfalque na campanha ao Senado, que já perdeu Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos EUA e denunciado por coação.

Márcio França (PSB)

Márcio França, ministro de Lula, diz que poderia ser candidato ao governo de São Paulo
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

Em abril deste ano, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), afirmou que pretende disputar o governo de São Paulo em 2026. Na ocasião, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ele disse já ter comunicado internamente ao partido sua intenção de concorrer, mas que aguardava o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações foram feitas durante discurso no congresso estadual do PSB, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

"Claro que a gente faz parte de um governo federal hoje. Eu sou ministro e estou aguardando o presidente Lula, como ele enxerga o quadro. Ele ainda está fazendo os seus arranjos nacionais, mas tenho a impressão que caminha para um acordo", disse na ocasião. França foi derrotado por João Doria no segundo turno da eleição de 2018. Em 2022, ele abriu mão da candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT), agora ministro da Fazenda, que liderava as pesquisas.

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Ricardo Nunes (MDB)

Ricardo Nunes afirma que a SPIW é a cara de São Paulo
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Ricardo Nunes (MDB) é um dos nomes cotados para ser candidato ao governo de São Paulo, caso Tarcísio dispute a Presidência em 2026. Em março, durante coletiva após um almoço com empresários, o prefeito deixou em aberto a possibilidade de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Questionado se prometia permanecer no cargo até o fim do mandato, ele respondeu: "Minha intenção é de ficar os quatro anos como prefeito. (…) As coisas acabam mudando. Quando eu ia imaginar que eu, vice do Bruno Covas, ia perder ele e virar prefeito? As coisas vão acontecendo, a única coisa é que a gente vai tomar qualquer tipo de atitude que seja boa para a cidade, para um projeto".

Em agosto, no entanto, Nunes afirmou que não planeja concorrer ao governo estadual e que pretende retornar à vida de empresário após seu mandato, que vai até 2028. "Eu estou prefeito, mas sou empresário, vou continuar nessa atividade quando terminar meu mandato em 2028", declarou. Apesar da afirmação, ele segue cotado para a sucessão estadual.

Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Foto: https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/rui-falcao/ / Estadão

Tarcísio de Freitas é o nome mais cotado por aliados da direita para concorrer à Presidência da República em 2026 e herdar o espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador, no entanto, prega cautela e afasta os rumores sobre uma candidatura nacional.

Em 29 de setembro, após visitar Bolsonaro, Tarcísio reafirmou a intenção de disputar a reeleição em São Paulo. “[Sou] Candidato à reeleição em São Paulo. Isso está claro. Eu vim aqui fazer uma visita de cortesia”, disse a jornalistas ao sair do encontro. Apesar da declaração, setores da direita ainda o mantêm como uma opção para o Palácio do Planalto.

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Partidos ainda sem nome definido para a candidatura

O Terra entrou em contato com todos os partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral. A maioria dos que responderam à reportagem ainda não definiu candidatura para as eleições de 2026. Conforme apurado pela reportagem, parte da indefinição está ligada, sobretudo, à incerteza em torno do clã Bolsonaro. 

]Mesmo inelegível e condenado por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente ainda não apontou quem será seu sucessor, o que tem travado boa parte da direita na formação de alianças e estratégias para o próximo ano.

Fonte: Portal Terra
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