Relator do Conselho de Ética da Câmara recomendou a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por conduta abusiva em uma briga física com Gabriel Costenaro (MBL) na casa legislativa.
O relator do processo contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), votou nesta quarta-feira, 2, pela cassação do mandato do parlamentar.
Segundo o parecer de Magalhães, Glauber cometeu desvios de conduta ao expulsar, aos chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro do interior da casa legislativa, em abril de 2024.
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"Diante das provas produzidas nos autos, verifica-se que o representado [deputado Glauber Braga] extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”, afirmou Magalhães.
"Portanto, é imperioso admitir que o representado, com seus atos, efetivamente incidiu na prática da conduta, sendo cabível, no caso sob exame, a sanção da perda do mandato", acrescentou.
O parecer de Paulo Magalhães ainda precisará ser votado pelos membros do Conselho de Ética, que podem aprovar ou rejeitar o parecer. A aprovação requer ao menos 257 votos favoráveis dos 513 deputados. A pedido do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a votação foi adiada e deve ocorrer na próxima semana.
Relembre o caso
Em 16 de abril de 2024, Braga e Costenaro começaram a discutir verbalmente em um dos anexos da Câmara dos Deputados. O desentendimento evoluiu para uma briga física, com empurrões e chutes do deputado, que tentava retirar o integrante do MBL às forças das dependências da casa legislativa.
A discussão seguiu para o exterior da Câmara e precisou ser apartada por policiais legislativos, que conduziram Braga e Costenaro para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara. Lá, o deputado passou a discutir com o deputado Kim Kataguiri (União-SP).
Vídeos mostram que, em determinado momento, Glauber segura e pressiona as mãos de Kataguiri, ato que o Partido Novo — autor da representação contra Glauber Braga no Conselho de Ética — também classifica como agressão física. Depois, os deputados trocaram empurrões.