O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por operação da PF que investiga esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa; ele usará tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar a prefeitura.
Natural de São Bernardo do Campo (SP), o prefeito da cidade da Grande São Paulo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por ordem judicial e alvo de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira, 14. A ação investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na administração do município. Marcelo terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura.
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Marcelo de Lima Fernandes tem 42 anos, é filiado ao Podemos e foi eleito prefeito da cidade em 2024. Ele venceu a eleição em uma disputa no segundo turno contra Alex Manente, do Cidadania. Lima conquistou 55,7% dos votos válidos.
Lima é formado em Gestão Pública e iniciou sua carreira política aos 25 anos, quando foi eleito vereador de São Bernardo do Campo em 2008. Ele foi reeleito em 2012.
Em 2014, concorreu ao cargo de deputado estadual e não foi eleito. Em 2016, foi eleito vice-prefeito de São Bernardo do Campo e foi reeleito para o cargo em 2020. Durante o mandato, ele também exerceu a função de Secretário de Serviços Urbanos. O político foi vice de Orlando Morando, que hoje é secretário de Segurança Pública da cidade de São Paulo.
Em 2022, Lima foi eleito deputado federal pelo Solidariedade, com 110.430 votos. Em novembro de 2023, no entanto, ele foi cassado por infidelidade partidária, por ter deixado a sigla pela qual foi eleito para se filiar a outro partido.
Operação Estafeta
Na ação de hoje, os policiais federais cumprem 20 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo.
Também foram determinadas medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal e afastamento de cargos públicos e o monitoramento eletrônico. As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
De acordo com o Estadão, dois vereadores também são investigados no caso. Uma das ordens de prisão é para Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de propinas. Ele está foragido. Costa é assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL).
Segundo a PF, as investigações da Operação Estafeta começaram em julho deste ano após a apreensão de R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares norte-americanos) que estavam com um servidor público suspeito de integrar o grupo criminoso.
Os investigados podem responder, na medida de suas condutas, pelos seguintes crimes:
- organização criminosa;
- lavagem de dinheiro;
- corrupção passiva; e
- corrupção ativa.
Em nota ao Terra, a Prefeitura de São Bernardo informou que irá colaborar com todas as informações necessárias em relação ao caso. "A gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado. Reforçamos que o episódio não afeta os serviços na cidade", afirmou.
A reportagem também busca contato com a defesa de Paulo Iran Paulino Costa. O espaço segue aberto para manifestações.