Após o afastamento judicial do prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro, a vice-prefeita Jéssica Cornick (Avante) assumiu a prefeitura.
Após o prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), ser afastado do cargo por ordem judicial, a vice-prefeita, Jéssica Cornick (Avante), é quem assume o comando da cidade localizada na Grande São Paulo.
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Jéssica tem 39 anos e entrou na política no ano passado após receber um convite de Marcelo Lima para compor a chapa como vice. Os dois foram eleitos no segundo turno das eleições em 2024, com 55,7% dos votos válidos.
Antes disso, Jéssica construiu sua trajetória profissional na Polícia Militar, onde ingressou em 2005. Ela foi promovida a Cabo em 2016 e, depois, a Sargento pelo Curso de Formação de Sargentos. Ela se afastou da PM no ano passado.
A vice-prefeita também fez especialização em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública e cursos voltados para a gestão pública e os direitos humanos. Segundo o site da Prefeitura, ela atualmente cursa um MBA em Governança Pública.
Ela é casada com o Sargento da PM, Éder Munhoz, que conheceu no 6° Batalhão da PM da cidade, e tem uma filha, Rafaella, nascida em 2013.
Afastamento de prefeito
Marcelo Lima (Podemos), 42 anos, foi afastado do cargo por ordem judicial e alvo de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira, 14. A ação investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na administração do município. Marcelo terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura.
Na ação de hoje, os policiais federais cumprem 20 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo.
Também foram determinadas medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal e afastamento de cargos públicos e o monitoramento eletrônico. As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
De acordo com o Estadão, dois vereadores também são investigados no caso. Uma das ordens de prisão é para Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de propinas. Ele está foragido. Costa é assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL).
Segundo a PF, as investigações da Operação Estafeta começaram em julho deste ano após a apreensão de R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares norte-americanos) que estavam com um servidor público suspeito de integrar o grupo criminoso.
Os investigados podem responder, na medida de suas condutas, pelos seguintes crimes:
- organização criminosa;
- lavagem de dinheiro;
- corrupção passiva; e
- corrupção ativa.
Em nota ao Terra, a Prefeitura de São Bernardo informou que irá colaborar com todas as informações necessárias em relação ao caso. "A gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado. Reforçamos que o episódio não afeta os serviços na cidade", afirmou.
A reportagem também busca contato com a defesa de Paulo Iran Paulino Costa. O espaço segue aberto para manifestações.