Na tribuna, deputado preso alega inocência: 'tenho sofrido muito'

Primeiro deputado preso desde a Constituição de 1988, Natan Donadon disse nunca ter desviado dinheiro público

28 ago 2013 - 20h28
(atualizado às 20h41)
<p>Na Câmara dos Deputados, Donadon se defende de acusações de peculato </p>
Na Câmara dos Deputados, Donadon se defende de acusações de peculato 
Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara

Primeiro deputado preso desde a Constituição de 1988, o deputado Natan Donadon (sem partido-RO) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, para defender sua inocência. “Tenho sofrido muito”, disse o parlamentar, que alegou nunca ter desviado dinheiro público.

Donadon foi condenado a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha por participar de um esquema de fraude em licitações para contratos de publicidade da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1998 e 1999, quando era diretor financeiro da Casa. A fraude totalizaria R$ 8,4 milhões em valores da época. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou culpado o parlamentar em 2010, mas a execução da prisão foi adiada com sucessivos recursos. Ele foi preso no dia 28 de junho, mas continua com mandato parlamentar.

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“Acabo de chegar do presídio da Papuda, onde completa hoje dois meses que lá estou preso, no presídio, sendo tratado como preso qualquer, um preso comum. Muito difícil para mim estar passando por essa situação, numa prisão, num isolamento, prisão de segurança máxima”, disse o deputado, que teve 25 minutos reservados para falar em sua defesa. “Tenho sofrido muito, é desumano que um prisioneiro passe o que eu passei esses dias. A minha família tem sofrido muito”, afirmou.

Natan Donadon disse nunca ter desviado dinheiro público, e criticou o Ministério Público de Rondônia (MP-RO). “Eu dei sequência apenas nos pagamentos, cumprindo com meu dever. Nunca fiz nada ilícito, nunca desviei um centavo da Assembleia Legislativa de Rondônia”, disse.

“Por que não quebraram o sigilo bancário das empresas e vocês verão que eles receberam (pelos serviços de publicidade contratados)?  (...) Eu não desviei um centavo, deputados. Pelo amor de Deus, façam justiça”, apelou.

Fonte: Terra
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