O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 15, que seja solicitada a extradição do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) aos Estados Unidos. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ex-delegado da Polícia Federal (PF) fugiu para os EUA para evitar o cumprimento da pena enquanto era condenado na ação penal da trama golpista. As informações são da Agência Brasil.
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Ramagem teve sua prisão decretada no último dia 25 de novembro, data em que também foi feito o pedido de cassação de seu mandato com o trânsito em julgado do processo. Ele foi condenado a 16 anos de prisão e também teve seu salário cortado, assim como perdeu o cargo de delegado. A Câmara deve analisar a cassação do deputado em sessão ainda nesta semana.
Ele fugiu em setembro, no meio do então julgamento, mas só foi descoberto no início de novembro pela Polícia Federal em meio a uma verificação da localização de todos os condenados do núcleo crucial da trama golpista. Foi então que constataram que Ramagem não estava mais no Brasil. No momento, conforme oficiado por Alexandre de Moraes, o nome de Ramagem também consta no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP).
O parlamentar chegou a apresentar licença médica na Câmara dos Deputados pedindo afastamento para as datas de 9 de setembro a 8 de outubro, e de 13 de outubro a 12 de dezembro. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou uma nota ainda em novembro afirmando que não foi autorizada missão oficial no exterior para Ramagem, tampouco comunicação à Presidência de afastamento do parlamentar do território nacional.
No último dia 23 sua esposa confirmou a fuga para os Estados Unidos através de um post em uma rede social. Rebeca Ramagem compartilhou um vídeo dela e as filhas chegando ao país. Lá, quem as esperava era o deputado, que teria viajado antes.
"Há uma semana, desembarquei com minhas filhas nos EUA com um único propósito: proteger a minha família! A proteção das nossas filhas é, e sempre será, a nossa prioridade. Hoje, infelizmente, não encontramos no país a garantia de uma justiça imparcial. Somos vítimas de lawfare e temos enfrentado uma perseguição política desumana", disse Rebeca, na legenda da publicação. Lawfare é um termo que pode ser interpretado como uso das leis para uso político ou para atingir um adversário.
"Mantemos a esperança de um dia voltar a um Brasil onde a escolha político-ideológica não seja tratada como crime, e onde a liberdade de pensar e expressar ideias não se torne motivo de condenação", acrescentou Rebeca, na ocasião.