Lula pediu diálogo com Trump sobre tarifas impostas aos produtos brasileiros, reafirmou a defesa dos recursos naturais do Brasil e criticou Jair Bolsonaro indiretamente durante evento no Rio de Janeiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta segunda-feira, 28, a disposição de negociar com os Estados Unidos sobre a taxação de 50% imposta a produtos brasileiros. Durante a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), o mandatário afirmou esperar que o presidente norte-americano Donald Trump "reflita sobre a importância do Brasil". As declarações ocorrem a poucos dias da entrada em vigor das novas tarifas.
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"Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita sobre a importância do Brasil", disse Lula. "Com muita tranquilidade, o Brasil quer negociar com Trump. A gente não quer briga, a gente quer negociar", afirmou o petista.
Sem citar nominalmente Jair Bolsonaro (PL), o presidente se referiu ao antecessor como "coisa" e declarou que o ex-presidente "não merece o sacrifício do povo brasileiro", em novas críticas à família Bolsonaro pelas tarifas impostas por Trump sobre o Brasil.
Autoridades brasileiras buscam negociar com os Estados Unidos desde maio a redução de alíquotas já anunciadas por Trump, mas ainda não obtiveram resposta do governo norte-americano.
O presidente também afirmou que está criando uma comissão para levantar e controlar as riquezas naturais do solo e subsolo do País, como minerais críticos -- essenciais para o desenvolvimento de tecnologias de energia limpa e veículos elétricos. Ele reforçou que o Brasil manterá a posse desses minerais para aproveitar seus benefícios.
"Nesses dias, vi uma matéria [informando] que os Estados Unidos têm interesse nos minerais críticos do Brasil. E, se esse mineral já é crítico, vou pegar para mim, por que vou deixar para outro pegar?", disse ele.
Segundo Lula, "cerca de 70% das nossas riquezas não foram pesquisadas". O presidente explicou que empresas privadas poderão realizar pesquisas, mas sob controle governamental.
"Nós vamos dar autorização para empresas pesquisarem nosso solo sob nosso controle", afirmou, ressaltando que "essas empresas autorizadas a pesquisar terras raras não podem vender áreas com minério".