Lula diz que deputados deveriam cassar mandato de Eduardo Bolsonaro

Presidente afirmou que tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil é uma 'insensatez'

14 ago 2025 - 14h20
(atualizado às 17h38)
Lula diz que deputados deveriam pedir a cassação de Eduardo Bolsonaro: ‘Está traindo o País’
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 14, os deputados devem pedir a cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). "Vocês têm que pedir a cassação dele, porque ele está traindo o País. Essa é a verdadeira traição da pátria. Ele foi pra lá instigar os americanos contra nós", disse, se direcionando ao líder do PSB na Câmara dos Deputados, Pedro Campos (PE).

Durante discurso em inauguração da fábrica de hemoderivados da Hemobrás em Goiana (PE), Lula afirmou que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil é uma "insensatez". Ele ressaltou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo julgado por tentativa de golpe e supostamente tramar o seu assassinato.

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"Nós não aceitamos dizer que no Brasil não tem direitos humanos por causa dele (Bolsonaro). Ele deveria ser julgado num tribunal internacional pela quantidade mortes de Covid aqui, que ele tem responsabilidade. Pelo menos 300 mil mortes", disse Lula, em referência ao relatório do governo dos EUA sobre a situação dos direitos humanos e das liberdades políticas no Brasil. "É da responsabilidade dele, de receitar remédio que não presta para nada, de dizer que quem tomava vacina virava gay, virava jacaré."

Lula discursou em inauguração da fábrica de hemoderivados da Hemobrás em Goiana (PE)
Lula discursou em inauguração da fábrica de hemoderivados da Hemobrás em Goiana (PE)
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O presidente afirmou que não é do tipo que "fala fino" com os Estados Unidos e "fala grosso" com países como a Bolívia - alvo de interesse de Trump por conta de minerais raros. Ainda sobre o tarifaço imposto pelo governo norte-americano, Lula disse que o Brasil não deixará empresas "morrerem à míngua", mas também não ficará "chorando" diante da medida.

Em discurso voltado para a plateia, ele reforçou que um país soberano precisa garantir segurança alimentar e saúde à população como prioridade, e voltou a prometer a criação da Universidade do Esporte e da Universidade Indígena. Ele salientou que com seu governo o País está mais perto de ser "melhor e mais justo". Segundo o petista, se os EUA não quiserem comprar produtos brasileiros, não é por isso que ficará "rastejando".

A respeito da revogação de visto de secretário do Ministério da Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, e de Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro, por conta do programa Mais Médicos, Lula solidarizou-se. "Não fique preocupado com visto dos EUA, você tem lugar para andar pelo Brasil", afirmou.

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