Gonet diz que medidas dos EUA contra Moraes são 'assombrosas e inconcebíveis'

Procurador-geral da República se solidarizou com o ministro na sessão de retomada dos trabalhos do Judiciário nesta sexta-feira, 1º

1 ago 2025 - 12h01
(atualizado às 14h34)
Resumo
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou como "assombrosas e inconcebíveis" as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes e manifestou solidariedade ao ministro.
Paulo Gonet durante sessão extraordinária de abertura do segundo semestre do Poder Judiciário.
Paulo Gonet durante sessão extraordinária de abertura do segundo semestre do Poder Judiciário.
Foto: Rosinei Coutinho/STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou como "assombrosas e inconcebíveis" as medidas dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes e se solidarizou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 1º.

"Aproveito o momento para, diante de assombrosas e inconcebíveis investidas contra o ministro Alexandre de Moraes pelo desempenho legítimo das suas funções jurisdicionais, invariavelmente submetido às regras de controle do Colegiado, assegurar-lhe a solidariedade, a mesma que estendo ao Supremo Tribunal e ao Judiciário Brasileiro", disse Gonet nesta sexta-feira, 1º, na sessão de reabertura dos trabalhos do Judiciário para o segundo semestre.

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O procurador também afirmou aos ministros que o novo semestre do Judiciário será um período de "profícuos resultados do sempre empenhado esforço de Vossas Excelências por realizar a nobre tarefa que lhes é cometida pela Constituição do nosso Estado Democrático de Direito".

"Este é também, como sempre, o compromisso de atuação da Procuradoria-Geral da República, que o exercício de parcela de soberania que é confiado a esta Corte seja respeitado por todos, no País e no exterior", acrescentou.

Nesta sexta, durante a cerimônia de retomada dos trabalhos, os ministros do STF também reforçaram o compromisso com a democracia e a independência do Judiciário. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, destacou a importância da institucionalidade ao relembrar os períodos autoritários da história brasileira, enquanto Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes defenderam a atuação da Corte nos processos que investigam ameaças ao Estado Democrático de Direito.

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Punição a Moraes

Moraes foi alvo de punição pelos Estados Unidos na última quarta-feira, 30, com base na Lei Magnitsky. A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Tesouro americano.

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A medida já havia sido prevista pelo secretário de Estado do país, Marco Rubio, e mesmo pelo presidente americano Donald Trump, para retaliar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados que correm no STF. 

O instrumento, usado para punir estrangeiros, é destinado a pessoas acusadas de cometer violações de direitos humanos ou de corrupção. Com a sanção, todas as contas bancárias e bens de Moraes que estejam no Estados Unidos passam a ser bloqueados e deverão ser reportados ao Ofac.

Além disso, os efeitos da lei passam a valer contra empresas eventualmente ligadas ao juiz, e ele fica proibido de fazer transações com cidadãos americanos.

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Fonte: Redação Terra
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