Por 42 votos a favor a 21 contrários - além de duas abstenções -, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta segunda-feira, 8, o Projeto de Resolução 2.116/2025, que prevê a revogação da prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União). A medida tinha como relator o deputado estadual Rodrigo Amorim (PL).
Bacellar foi preso na última quarta-feira, 3, suspeito de ter vazado informações da Operação Zargun, que capturou o então deputado estadual TH Joias, suspeito de ligação criminosa com a facção Comando Vermelho (CV). A prisão foi determinada após mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi cumprido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Unha e Carne.
O relatório de Amorim, que é líder do governador Cláudio Castro na Alerj, não trata sobre o mérito da prisão e das medidas cautelares impostas por Moraes, apenas sobre a revogação da prisão de Bacellar.
A votação provocou divisão entre os parlamentares. A maioria saiu em defesa do presidente da Alerj e do governador, como o deputado estadual Alexandre Knoploch (PL). Para o parlamentar, a decisão de Moraes "não se sustenta" e, segundo ele, não há envolvimento de TH Joias e Comando Vermelho com Cláudio Castro e Rodrigo Bacellar.
"O que nós temos no que nós recebemos aqui nesta casa? Nós recebemos a decisão do ministro Alexandre Moraes. O que nós temos nessa decisão? Três prints. Um deles, do deputado TH Joias mandando: "Mudei o telefone". E o presidente Rodrigo Bacelar respondendo com um meme. Um meme simples, um único meme", disse Knoploch.
Já o deputado Flávio Serafini (PSOL), da oposição, defendeu que os elementos probatórios para a prisão de Bacellar "estão colocados" e são "gravíssimos".
"Até o dia 3 de setembro desse ano, a gente tinha aqui nessa Casa um parlamentar (TH Joias), um suplente de parlamentar no exercício do mandato, acusado de lavar dinheiro, de importar drogas, de importar armas, de importar equipamentos antidrones para para fornecer para as organizações criminosas, para as facções que atuam aqui no estado do Rio de Janeiro", disse.
O deputado Rafael Picciani (MDB), que ocupava uma secretaria no governo de Castro e foi exonerado para que retornasse à Alerj, foi um dos dois parlamentares que se absteve. Segundo o deputado, ele se tornou parte do processo e depôs na PF sobre a manobra regimental.
Veja como votou cada deputado
A favor do Projeto de Resolução e, consequentemente, pela soltura de Rodrigo Bacellar
- Alan Lopes (PL)
- Alexandre Knoploch (PL)
- Andre Correa (PP)
- Arthur Monteiro (União)
- Brazão (União)
- Bruno Boaretto (PL)
- Carla Machado (PT)
- Carlinhos BNH (PP)
- Carlos Macedo (Republicanos)
- Chico Machado (Solidariedade)
- Daniel Martins (União)
- Danniel Librelon (Republicanos)
- Dr. Deodalto (PL)
- Dr. Pedro Ricardo (PP)
- Elton Cristo (PP)
- Fábio Silva (União)
- Felipinho Ravis (Solidariedade)
- Filippe Poubel (PL)
- Franciane Motta (Podemos)
- Fred Pacheco (PMN)
- Giovani Ratinho (Solidariedade)
- Giselle Monteiro (PL)
- Guilherme Delaroli (PL)
- India Armelau (PL)
- Jorge Felippe Neto (Avante)
- Julio Rocha (Agir)
- Lucinha (PSD)
- Marcelo Dino (União)
- Munir Neto (PSD)
- Rafael Nobre (União)
- Renan Jordy (PL)
- Renato Miranda (PL)
- Ricardo da Karol (PL)
- Rodrigo Amorim (União)
- Samuel Malafaia (PL)
- Sarah Poncio (Solidariedade)
- Thiago Gagliasso (PL)
- Thiago Rangel (PMB)
- Tia Ju (Republicanos)
- Val Ceasa (PRD)
- Valdecy da Saúde (PL)
- Vitor Junior (PDT)
Contra a resolução e pela manutenção da prisão
- Atila Nunes (PSD)
- Carlos Minc (PSB)
- Célia Jordão (PL)
- Claudio Caiado (PSD)
- Dani Balbi (PCdoB)
- Dani Monteiro (PSOL)
- Elika Takimoto (PT)
- Flavio Serafini (PSOL)
- Jari Oliveira (PSB)
- Lilian Behring (PCdoB)
- Luiz Paulo (PSD)
- Marcio Gualberto (PL)
- Marina do MST (PT)
- Professor Josemar (PSOL)
- Renata Souza (PSOL)
- Renato Machado (PT)
- Rosenberg Reis (MDB)
- Sergio Fernandes (PSB)
- Verônica Lima (PT)
- Yuri Moura (PSOL)
- Zeidan (PT)
Abstenções
- Rafael Picciani (MDB)
- Delegado Carlos Augusto (PL)