Bolsonaro volta ameaçar renovação da concessão para Globo

Presidente afirmou a apoiadores que a emissora terá um "encontro com a verdade" no próximo ano

23 nov 2021 - 02h17
(atualizado às 08h22)

Jair Bolsonaro voltou a falar sobre seu possíveis dificuldades para a renovação da concessão da Rede Globo, que vence em outubro de 2022. A insinuação aconteceu num encontro com apoiadores no cercadinho do Palácio do Alvorada, na noite de segunda-feira (22).

Foto: Divulgação/Globo / Pipoca Moderna

Usando tom de ameaça, Bolsonaro disse: "A Globo tem encontro comigo ano que vem. Encontro com a verdade". E acrescentou, no seu jeito de fazer uma afirmação para afirmar o oposto em seguida: "Não vou perseguir ninguém. Tem que estar com as certidões negativas em dia, um montão de coisas aí".

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Fez ainda um paralelo com a vida militar. "Igual à parada matinal: tem que estar arrumadinho. Ela e qualquer outra empresa."

Bolsonaro começou a ameaçar tirar a Globo do ar em outubro de 2019, numa live exibida logo após uma reportagem do "Jornal Nacional" vincular seu nome às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. Em meio a várias ofensas, dirigiu-se à emissora em seu melhor estilo truncado: "Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição. Nem pra vocês nem pra TV nem rádio nenhuma. Mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês, nem pra ninguém".

Em maio de 2020, irritado com a cobertura que a Globo vinha fazendo da pandemia do coronavírus, Bolsonaro voltou à carga. "Não vou dar dinheiro para vocês. Globo, não tem dinheiro para vocês. Em 2022… Não é ameaça não. Assim como faço para todo mundo, vai ter que estar direitinho a contabilidade, para que você [Globo] possa ter sua concessão renovada. Se não tiver tudo certo, não renovo a de vocês nem a de ninguém".

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Apesar de insistir três vezes naquilo que "não é ameaça não", Bolsonaro precisa do Congresso para tirar a concessão de funcionamento da Globo. A decisão pela não-renovação tem de ser autorizada por dois quintos do Congresso em votação nominal. E o contestado ainda pode recorrer na Justiça.

De todo modo, a insinuação serve de alerta para quem gosta de novela da Globo e ainda não decidiu em quem votar.

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