O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso neste sábado, 22, por descumprir medida cautelar e será mantido em uma sala de Estado na sede da Polícia Federal, em Brasília, enquanto sua defesa pede a permanência em prisão domiciliar devido a problemas de saúde.
Após a prisão na manhã deste sábado, 22, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília, no Distrito Federal. O ex-presidente já estava em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto.
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Ele deve ficar na sala de Estado Maior, espaço reservado para pessoas do alto escalão da política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB) também foram detidos em salas da PF em 2018 e 2019, respectivamente.
Ainda não há informações sobre se ele será levado para algum presídio. Nesta sexta-feira, 21, a equipe de advogados de Bolsonaro pediu em documento enviado ao STF para que o ex-presidente permanecesse em prisão domiciliar, devido a problemas de saúde. Segundo a defesa, ele não poderia receber tratamento adequado caso fosse levado para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Bolsonaro foi preso preventivamente em Brasília em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e três meses, à qual ele foi condenado no julgamento da trama golpista.
O ex-presidente foi levado para a sede da PF enquanto estava em prisão domiciliar, em um condomínio da capital federal.
Os advogados Celso Sanchez Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Bettamio Tesser dizem que uma eventual prisão em regime fechado teria "graves consequências" pois Bolsonaro tem vários problemas de saúde, precisa cumprir tratamentos rotineiros e pode necessitar de atendimento emergencial.
O documento lista várias doenças e males que acometem Bolsonaro, como o refluxo, que pode ter consequências para o pulmão; "soluços incoercíveis"; câncer de pele; hipertensão; e apneia do sono grave.
O que diz a defesa de Bolsonaro?
Em nota, a defesa afirmou que a prisão preventiva "pode colocar sua vida em risco" por causa de seu estado de saúde e disseram que irão apresentar recurso contra a decisão. Os advogados dizem que "causa profunda perplexidade" a motivação da prisão por causa da convocação de uma vigília de orações na casa do ex-presidente.
Eles também rebateram a suspeita de risco de fuga citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmam que ele estava sendo monitorado por policiais e foi detido com sua tornozeleira eletrônica.
Veja o comunicado na íntegra:
"A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível."