Relatório médico de Bolsonaro enviado ao STF lista 10 problemas de saúde para evitar prisão; veja
Documento anexado pela defesa reúne sete exames, lembra cirurgias recentes, episódios de pneumonia e problemas cardíacos, gastrointestinais e respiratórios; laudo foi usado para pedir que Bolsonaro cumpra a pena da trama golpista em prisão domiciliar
A defesa de Jair Bolsonaro enviou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira, 21, um relatório médico listando dez problemas de saúde para sustentar o pedido de que o ex-presidente cumpra, em prisão domiciliar, a condenação imposta no julgamento da trama golpista.
O documento, assinado pelos médicos do ex-presidente, reúne o histórico de cirurgias desde a facada de 2018, episódios de pneumonia registrados neste ano e um conjunto de problemas de saúde que, segundo os profissionais, exige monitoramento contínuo e possibilidade de atendimento hospitalar imediato.
A defesa anexou ao processo ao menos sete exames para demonstrar que o quadro envolve riscos cardíacos, pulmonares e gastrointestinais. Os médicos afirmam que as condições descritas podem resultar em episódios graves, como obstrução intestinal, infecções respiratórias e crises associadas aos soluços.
O relatório também recupera problemas recentes de saúde do ex-presidente, como a cirurgia de urgência realizada em abril deste ano, após um quadro de obstrução intestinal, e dois episódios de pneumonia entre maio e novembro. Em setembro, Bolsonaro passou por procedimento para retirada de lesões de pele.
Como mostrou o Estadão, a "Papudinha" passou a ser apontada nos bastidores do STF como o destino mais provável de Bolsonaro. O local funciona no 19.º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), dentro do Complexo da Papuda.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada e incitação ao golpe.
Desde agosto, ele está em prisão domiciliar por determinação de Moraes. O ministro decretou a medida cautelar no inquérito em que o ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), são acusados de articular, junto a autoridades americanas, uma interferência na ação penal do golpe. A investigação levou o parlamentar ,que está nos Estados Unidos, a se tornar réu na última semana por coação no curso do processo.