A CPMI do INSS cancelou reunião devido à ausência de Antônio Carlos Camilo, o "Careca do INSS", que optou por não comparecer após decisão do STF tornar facultativo seu depoimento.
A CPMI do INSS cancelou a reunião prevista para esta segunda-feira, 15, após a ausência de Antônio Carlos Camilo, conhecido como “Careca do INSS”. O investigado comunicou, por meio de sua defesa, que não iria à comissão.
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O Supremo Tribunal Federal havia decidido que a presença seria facultativa, cabendo a Camilo optar pelo comparecimento. A expectativa de ouvir o investigado, considerado peça central nas apurações, acabou frustrada.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), lamentou a ausência. “Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados. É lamentável, mas a comissão seguirá trabalhando para que a verdade venha à tona e os culpados sejam responsabilizados”, disse.
Instalada para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social, a comissão tem buscado identificar os responsáveis por desvios de recursos e o funcionamento do esquema que teria prejudicado milhares de segurados.
Apesar da sessão cancelada, os parlamentares devem manter nesta semana o cronograma de oitivas e a análise de documentos requisitados. A comissão tem ouvido testemunhas, técnicos e autoridades ligadas ao sistema previdenciário e recolhido informações de órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Os documentos em análise devem orientar os próximos depoimentos e auxiliar na identificação de possíveis núcleos de comando do esquema, dos mecanismos usados para liberar benefícios de forma irregular e do caminho percorrido pelos recursos desviados.
Camilo é apontado como um dos articuladores da rede de irregularidades no INSS e sua ausência foi considerada um revés pelos integrantes da comissão. A CPMI deve agora definir os próximos passos, entre eles novas convocações e convites para depoimentos.