O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto em uma emboscada em Praia Grande; a polícia investiga se o crime, atribuído ao PCC, tem relação com sua atuação no combate ao crime organizado ou com licitações.
Um vídeo feito por câmera de segurança mostra o momento em que o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi perseguido e morto por criminosos em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele foi delegado-geral de São Paulo e era secretário de Administração de Praia Grande.
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Fontes teve grande atuação no combate ao crime organizado, sendo pioneiro nas investigações contra a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi morto em uma emboscada na noite de segunda-feira, 15.
A seguir, veja como aconteceu a execução:
1. No vídeo, é possível ver a movimentação do carro do ex-delegado, aparentemente em fuga, sendo perseguido pelo veículo dos criminosos. Depois, o carro da vítima colide com um ônibus e capota na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, em Praia Grande. O ex-delegado teria perdido o controle da direção porque já teria sido baleado durante a perseguição, segundo informações da Polícia Militar.
2. O motorista do carro dos criminosos freia antes de bater em um dos dois ônibus envolvidos no acidente com o carro do ex-delegado. Três homens descem do veículo, enquanto um quarto, que seria o motorista, fica no carro.
3. Um dos homens dá cobertura aos comparsas, do lado de fora do carro usado na perseguição.
4. Dois criminosos vão até o carro do ex-delegado e o executam com tiros de fuzis. Durante a ação, um homem e uma mulher que eram pedestres ficaram feridos. O casal foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude. Eles não correm risco de morte e foram transferidos para o Hospital Municipal Irmã Dulce.
5. Enquanto os três criminosos estavam do lado de fora do carro, o motorista manobrou para fazer o retorno com as portas abertas e, logo depois, o trio entrou de volta no carro e fugiu. Horas depois, o carro dos suspeitos usado na ação foi encontrado incendiado a aproximadamente dois quilômetros do local do crime.
Entenda o caso
A Polícia Civil de São Paulo continua investigando o assassinato do ex-delegado-geral. O objetivo é esclarecer as motivações do crime e prender os criminosos. Fontes era considerado um inimigo do PCC, mas não estava atuando na segurança havia alguns anos.
Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, "tudo indica que foi um crime de máfia". Outra hipótese investigada pela polícia é a possibilidade de o crime estar ligado a uma licitação na Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos.