Traficante mais procurado do Brasil vive há mais de uma década em mansões na Bolívia

Apontado como o ‘número um’ do PCC nas ruas, ele leva vida de luxo no país, enquanto é procurado

8 set 2025 - 08h34
(atualizado às 08h52)
Resumo
O traficante Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como "Mijão", vive há mais de uma década em mansões de luxo na Bolívia sob identidade falsa, enquanto é apontado como líder do PCC e permanece foragido.
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, é apontado como um dos principais membros do PCC em liberdade
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, é apontado como um dos principais membros do PCC em liberdade
Foto: Reprodução/TV Globo

O traficante Sérgio Luiz de Freitas Filho, que é conhecido pelos apelidos “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, é apontado pelo Ministério Público como um dos principais integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que atualmente está em liberdade.

Ele vive há mais de 10 anos na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e leva uma vida regada a luxo, em uma mansão dentro de um condomínio com segurança reforçada. As informações foram divulgadas no Fantástico, da TV Globo.

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Documentos mostram que Sérgio já morou em, pelo menos, seis mansões na Bolívia. Uma delas tinha aluguel de quase R$ 30 mil. Outra residência tinha quadra de tênis, de futebol, três piscinas e um lago.

Sérgio usa a identidade falsa de Sérgio Noronha Filho. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, ele foi enviado à Bolívia por Gegê do Mangue, outro líder do PCC, para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil, e cresceu dentro da organização.

Ele começou no crime em Campinas, sua cidade natal, no interior de São Paulo. Aos 14 anos, trabalhava em uma empresa metalúrgica. Depois, virou sócio de uma pequena empresa de usinagem. Em 2013, a Polícia Federal recebeu um alerta do DEA, o departamento antidrogas dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha que atuava entre Brasil, Paraguai e Bolívia, e Sérgio já estava envolvido.

Sérgio foi flagrado no aeroporto de Viracopos, em Campinas, embarcando para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com dois comparsas. De lá, eles atravessaram a fronteira e encontraram o maior fornecedor de cocaína boliviana para o Brasil.

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Ainda foragido, Sérgio circulava livremente, e já foi visto em jogos de futebol em São Paulo, praias de Guarujá, e falava sobre compra de fuzis e lavagem de dinheiro com táxis no aeroporto de Viracopos.

A vida em Santa Cruz de La Sierra é marcada por festas, reuniões de amigos e familiares, e vídeos em que ele aparece descontraído. Outros líderes do PCC também já se refugiaram na cidade, como Gegê do Mangue e Paca. Eles foram assassinados em 2018, durante uma visita ao Brasil.

Entre a alta cúpula do PCC, vários já foram presos, extraditados e alguns seguem foragidos, como André do Rap e Mijão. A Bolívia, no entanto, é usada por ser um local em que os criminosos não são incomodados pelas autoridades locais. Segundo o promotor, alguns têm restaurantes, boates e moram em locais luxuosos.

Políticos do país prometeram combater o PCC nas últimas eleições presidenciais. No entanto, especialistas afirmam que a facção já está instalada, com empresários, traficantes e até membros de forças de segurança envolvidos.

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A Polícia Federal do Brasil afirmou, em nota, que realiza constante monitoramento de foragidos e que tem tido cooperação com a Bolívia, como no caso da prisão de Tuta.

Fonte: Redação Terra
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