Segurança para Copa pode estar apressando invasões do tráfico

19 out 2009 - 22h16
(atualizado em 20/10/2009 às 00h14)

O cerco da polícia visando à Copa do Mundo e às Olimpíadas no Rio de Janeiro, com a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) como as do Dona Marta, em Botafogo, e da Babilônia, no Leme, pode estar "apressando" traficantes a garantirem áreas de domínio pelos próximos anos, relataram policiais civis.

A polícia apreendeu armas capazes de derrubar um helicóptero na favela de Chatuba
A polícia apreendeu armas capazes de derrubar um helicóptero na favela de Chatuba
Foto: Pedro Pantoja / Futura Press

De acordo com eles, o governo estadual deve reforçar a segurança ao se aproximarem a Copa e os Jogos de 2016 para não correr o risco de perder o direito a sediá-los - o que já aconteceu em 1986, com a Colômbia, que, dominada por cartéis de narcotraficantes, cedeu a Copa ao México.

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Segundo policiais, o aumento da segurança nas favelas com as UPPs pode eliminar a possibilidade de invasões, levando traficantes a tentar garantir bocas de fumo nos próximos dois anos, de preferência longe de instalações usadas nas competições esportivas.

Com a Mangueira - próxima ao Maracanã - cogitada para receber uma UPP, a facção criminosa Comando Vermelho teria entrado no morro dos Macacos não para tomá-lo, mas para forçar os rivais da Amigos dos Amigos (ADA) a voltar para defendê-lo e, assim, não tentarem invadir as favelas da Tijuca.

"Casa Branca e morro do Cruz tinham, pelo menos, 100 homens da ADA que voltaram para Macacos, Rocinha e São Carlos com medo de perdê-los", contou um policial, acrescentando que todos os traficantes mortos desde sábado eram do Comando Vermelho e que a facção não se importou com isso, porque a ação foi "taticamente" positiva para ela.

Pelo menos 22 pessoas morreram durante os confrontos entre a Polícia Militar e criminosos do morro dos Macacos. Um helicóptero blindado da polícia foi derrubado e três agentes que estavam a bordo morreram.

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Nesta segunda-feira, a polícia realizou operações em seis favelas cariocas para conter o crime. Cerca de 2 mil policiais foram aos morros tentar capturar os traficantes que participaram direta ou indiretamente da ação criminosa.

Jornal do Brasil
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