A Polícia concluiu a primeira fase da investigação do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, indiciando 12 suspeitos. Desse total, 10 já foram presos e 2 estão foragidos. Há ainda um 13º envolvido, que morreu em confronto com a polícia.
A primeira fase da investigação sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi concluída e 12 pessoas foram indiciadas. Deste total, dez estão presos e outros dois continuam foragidos, de acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
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O ex-delegado foi morto a tiros em 15 de setembro em Praia Grande, no litoral de São Paulo, após sair da sede da Prefeitura da cidade, onde atuava como secretário municipal de Administração.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou ao Terra, os 12 suspeitos foram indiciados por envolvimento direto e indireto na execução. A Polícia Civil já pediu a prisão preventiva deles pelos crimes de homicídio qualificado consumado e tentado, porte ou posse de arma de fogo de uso restrito e integração a organização criminosa.
Além disso, também foi identificado o 13º envolvido, que morreu em confronto policial, no Paraná. Ele foi identificado como Umberto Alberto Gomes, de 39 anos. As autoridades aguardam a apreciação do Poder Judiciário e prosseguem com as investigações por meio de um novo inquérito instaurado.
Quem são os presos divulgados até o momento
As prisões ocorreram entre 18 de setembro e 6 de novembro. O 10º capturado não teve a identidade revelada pela Polícia Civil. Veja quem são:
- Dahesly Oliveira Pires, responsável por pegar uma das armas usadas no crime em Praia Grande e levado para a Grande São Paulo;
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como "Fofão", que teria ajudado na fuga dos assassinos;
- Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar", cuja participação ainda não foi detalhada.
- Danilo Pereira Pena, de 36 anos, o "Matemático", que teria organizado parte da operação criminosa;
- Felipe Avelino de Souza, conhecido como Mascherano, considerado um dos líderes do PCC no ABC paulista. Ele foi preso após a polícia encontrar suas impressões digitais em um dos veículos envolvidos na perseguição a Ruy Ferraz;
- Cristiano Alves da Silva, de 36 anos, conhecido como "Chris Brown", apontado como o proprietário do imóvel em Mongaguá que teria sido utilizado como ponto de apoio antes e depois do crime.
- William Silva Marques, apontado como dono de uma casa usada pelos autores do crime;
- José Nildo da Silva, de 47 anos, suspeito de envolvimento no crime, já que foi visto entrando em uma das casas usadas na logística da execução;
- Paulo Henrique Caetano Sales, de 38 anos, proprietário de uma das casas em Praia Grande usadas para planejar o homicídio.
Linha de investigação
O ex-delegado Ruy ficou conhecido por sua atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele chefiou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
A principal linha de investigação é um possível elo entre uma licitação de R$ 24 milhões realizada em setembro pela Prefeitura de Praia Grande com o assassinato, pois teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos.
A Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão no início de outubro, e entre os alvos estava o subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini e outros quatro funcionários públicos da cidade. Com Pardini, foram apreendidos celular, computadores, três pistolas, R$ 50 mil em espécie, mil euros e 10 mil dólares em sua residência.
Em nota ao Estadão, a defesa do subsecretário afirma que Pardini "nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados". Acrescenta ainda que ele está à disposição das autoridades para colaborar.
(**Com informações do Estadão)