A Polícia Civil cumpre oito mandados de busca e apreensão no litoral paulista ligados ao assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada supostamente planejada pelo PCC; quatro suspeitos foram presos desde o crime e outros quatro estão foragidos.
A Polícia Civil cumpre, nesta segunda-feira, 29, oito mandados de busca e apreensão ligados ao assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. A ação ocorre nas cidades de Santos, São Vicente e Praia Grande, todas no litoral de São Paulo.
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Quase quinze dias depois da execução de Fontes, quatro pessoas foram presas, incluindo um dos possíveis autores dos disparos que atingiram a vítima, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). A pasta não entrou em detalhes sobre o cumprimento dos mandados para preservar as informações até o final da ação e não atrapalhar os trabalhos.
Quem são os presos:
- Dahesly Oliveira Pires, responsável por pegar uma das armas usadas no crime em Praia Grande e levado para a Grande São Paulo;
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como "Fofão", que teria ajudado na fuga dos assassinos;
- Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar", cuja participação ainda não foi detalhada
- William Silva Marques, dono do imóvel usado pelo grupo.
Outros quatro são procurados e considerados foragidos:
- Flavio Henrique Ferreira de Souza;
- Felipe Avelino de Souza - conhecido como Mascherano);
- Luiz Antônio Rodrigues de Miranda;
- Humberto Alberto Gomes.
Morte de Ruy
Ruy foi morto na noite do último dia 15, após cumprir expediente como secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande (SP). Imagens de câmeras de segurança registraram a vítima dirigindo seu carro em alta velocidade, até que entra em um cruzamento e é atingido por um ônibus. O carro capota e os criminosos, que vinham em outro carro atrás, vão até ele carregando fuzis. Ruy foi morto a tiros, e os criminosos fugiram.
Uma reportagem do Fantástico revelou que o ex-delegado era alvo direto do Primeiro Comando da Capital (PCC), e que um plano vinha sendo articulado há meses. De acordo com a reportagem, um dos veículos usados no ataque circulava pela região um mês antes do crime, o que contribui para a tese de que a emboscada foi planejada.
A carreira de Ruy Fontes ficou marcada pelo enfrentamento à facção criminosa. Nos anos 1980, ingressou na Polícia Civil de São Paulo e, em 1999, liderou a prisão de Marcos Willian Camacho, o Marcola, que se tornaria o chefe máximo do PCC.