Governo diz que ebola é improvável, mas eleva alerta

Ministério da Saúde fará avisos sonoros em portos e aeroportos e anunciou protocolo em caso de suspeita da doença

8 ago 2014 - 14h17
(atualizado às 20h07)

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência sanitária internacional pela epidemia de Ebola na África, o Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira ser “improvável” que o vírus chegue ao Brasil e que não há risco de transmissão no país no momento. O governo, no entanto, elevou o nível do centro de emergência em saúde e destacou uma equipe de resposta para eventuais casos suspeitos, além de anunciar medidas para o desembarque de passageiros internacionais.

A África enfrenta a epidemia mais fatal da história do vírus Ebola, que já matou mais de 930 pessoas em Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria, sendo que este último registrou casos pontuais. Nesta sexta-feira, a OMS recomendou uma série de medidas para países acometidos pela doença e todos os outros que não tenham registrado casos.

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O Brasil seguiu a recomendação da OMS em não restringir viagens e apenas recomendou que se evite o deslocamento para áreas rurais nos países de risco e o contato com animais ou pessoas doentes. A transmissão da doença se dá por contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais ou humanos infectados.

O Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), responsável por monitorar situações de risco, aumentou seu nível de zero para dois (o máximo é quatro). A medida acompanha a elevação da preocupação da própria OMS e para padronizar ações para todos Estados, caso seja necessário.

Sem casos suspeitos da doença, o governo federal vai monitorar portos e aeroportos e colocar, a partir de amanhã, avisos sonoros nos desembarque de passageiros internacionais. Também definiu um protocolo de como proceder em caso de suspeitas em viajantes. O anúncio não falará especificamente em Ebola, apenas recomendará que passageiros com febre ou hemorragia devem procurar agentes de saúde dos aeroportos e informar para qual país viajaram.

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Toda cidade que recebe voos internacionais terá uma equipe preparada para levar o paciente a hospitais de referência em tratamentos de doenças transmissíveis. Em caso de necessidade, equipamentos comprados para a Copa do Mundo para proteção em casos de ataques químicos poderão ser mobilizado para as equipes de saúde. Segundo o ministério, há no país 60 especialistas autorizados pela OMS a fazer o transporte de exames de pacientes até o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que tem capacidade de identificar o vírus Ebola.

O processo faz parte de uma segunda etapa de detecção do Ebola, já que triagens foram montadas nas saídas dos países acometidos pela epidemia. “Estamos reforçando nossas ações de vigilância nos portos e aeroportos, identificando pessoas que venham de países afetados para que a gente possa detectar precocemente e transferi-las para hospitais de referência”, disse o ministro Arthur Chioro.

Para a Vigilância Sanitária brasileira, é pouco provável que o vírus do Ebola se espalhe para outros continentes. "Pelas características da transmissao do Ebola, é considerado pouco provável a disseminação para poucos continentes. Não é provável que persista a transmissão como persiste na África. Pode haver chegada de viajantes, apesar do risco ser baixo. As pessoas de lá que adoecem são pessoas de área rural, pessoas que vivem em comunidades distantes", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. 

Brasil doará medicamentos para países da África

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira a doação de cerca de 15 toneladas de medicamentos para a Guiné, Serra Leoa e Libéria. O governo também fez um repasse de R$ 1 milhão de reais para a OMS, com objetivo de ajudar nos trabalhos nesses países.

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O governo recomendou que brasileiros não integrem missões médicas ou religiosas que não sejam oficiais. Segundo o ministério, até agora apenas um médico afirmou ter ido a um dos países pela organização não governamental Médicos Sem Fronteiras.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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