Em artigo ao Le Monde, Lula confirma sua candidatura

Ex-presidente ainda disse que o país está um 'desastre'

18 mai 2018 - 12h50
(atualizado às 12h53)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua candidatura á Presidência da República nesta quinta-feira (18) em um artigo publicado pelo jornal francês "Le Monde". Na publicação, o petista explica por qual motivo quer voltar a ser presidente do Brasil, além de relembrar sua trajetória política e voltar a confirmar que é inocente. O texto em versão em português foi divulgado na íntegra no site de Lula.

Em artigo ao Le Monde, Lula confirma sua candidatura
Em artigo ao Le Monde, Lula confirma sua candidatura
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    "Sou candidato a presidente do Brasil, nas eleições de outubro, porque não cometi nenhum crime e porque sei que posso fazer o país retomar o caminho da democracia e do desenvolvimento, em benefício do nosso povo", começa o artigo do ex-presidente.

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    De acordo com Lula, ele é a aposta ideal para "devolver aos pobres e excluídos sua dignidade, a garantia de seus direitos e a esperança de uma vida melhor".

    No texto intitulado "Porque eu quero voltar a ser presidente", Lula ainda se compara com o atual chefe de Estado, Michel Temer.

    "Terminei meus mandatos com 87% de aprovação popular. É o que o atual presidente do Brasil, que não foi eleito, tem de rejeição hoje".

    Lula foi detido na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, no dia 7 de abril após ser condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex do Guarujá.

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    Para ele, a decisão do juiz Sérgio Moro foi parcial e ignorou a "letra expressa da constituição brasileira", além de ter o objetivo de tentar impedi-lo de disputar as eleições e fazer campanha para o Partido dos Trabalhadores (PT).

    "Lidero as pesquisas mesmo depois de ter sido preso em consequência de uma perseguição judicial que vasculhou a minha casa e dos meus filhos, minhas contas pessoais e do Instituto Lula, e não achou nenhuma prova ou crime contra mim", reforça o petista.

    Condenado em segunda instância, o ex-presidente está enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Com isso, ele deve ser impedido de disputar a eleição deste ano, mesmo liderando as intenções de voto. "Meus problemas são pequenos perto do que sofre a população brasileira. Para tirarem o PT do poder após as eleições de 2014, não hesitaram em sabotar a economia com decisões irresponsáveis no Congresso Nacional e uma campanha de desmoralização do governo na imprensa", acrescentou. No artigo do jornal francês, Lula ainda ressaltou que "a pobreza tem aumentado, a fome voltou a rondar os lares e as portas das universidades estão voltando a se fechar para os filhos da classe trabalhadora. Os investimentos em pesquisa desabaram".

    Segundo o petista, não estava em seus planos se candidatar novamente, "mas diante do desastre que se abate sobre povo brasileiro", sua "candidatura é uma proposta de reencontro do Brasil com o caminho de inclusão social, diálogo democrático, soberania nacional e crescimento econômico, para a construção de um país mais justo e solidário, que volte a ser uma referência no diálogo mundial em favor da paz e da cooperação entre os povos".

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