Cunha vê "sacrifício do governo" e quer só 20 ministérios

25 ago 2015 - 12h22
(atualizado às 12h25)
Foto: Alex Ferreira/Ag. Câmara)

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerou hoje (24) positiva a intenção do governo, divulgada nesta segunda-feira, de reduzir o número de ministérios de 39 para 29 e realizar uma reforma administrativa para “dar uma sinalização de que está tendo algum sacrifício do governo. Porém, ele não quer parar por aí e julga necessária uma redução ainda maior. "Isso só me estimula a tocar a proposta que reduz para 20 (o número de ministérios)".

O corte de dez ministérios foi anunciado pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. De acordo com Cunha, serão dez ministros a menos, além de dez carros oficiais, dez chefes de gabinetes e menos dez ministros para usar avião da FAB, ora outras economias. “É um simbolismo que tem relevância”, disse.

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Porém, ele criticou a forma como o anuncio foi feito. “Acho que foi um anuncio atabalhoado, por que não tinham uma decisão tomada e queriam criar um fato político. Acho positivo querer criar um fato dessa natureza, mas eles não estavam prontos para anunciar”.

De acordo com o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), Dilma Rousseff surpreendeu a todos com a notícia da reforma administrativa com cortes de ministérios e redução da máquina pública para torná-la menos onerosa: "Mais que impacto financeiro, é o impacto político das medidas. É ação enérgica em todas as direções. É uma reforma republicana, que vai atender ao país e uma demanda do parlamento. O governo vai cortar na sua própria carne. Ele não está para brincadeira", disse.

Guimarães informou que a reforma administrativa anunciada pelo governo, a ser implantada até o final de setembro, será centrada em três princípios: racionalidade administrativa, integração das ações dos ministérios e diminuição do custo da máquina. "É uma sinalização do desejo do governo de dialogar com o país", afirmou.

O líder recordou que tem ouvido que é preciso mais diálogo, que o governo precisa fazer sua parte, diminuir os custos. “Demos um passo gigante hoje para abrir o dialogo com a sociedade”, afirmou. Em relação às noticia de que o vice-presidente Michel Temer deixou o cargo de coordenador político do governo, Guimarães disse que ele está em perfeita sintonia com a presidenta Dilma Rousseff e vai continuar cuidando da grande política.

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Segundo ele, o vice vai continuar ajudando nas questões políticas reais do governo, ao lado da presidenta, e não as do dia a dia. O presidente da Câmara, que em julho declarou rompimento com o governo, considerou positiva a decisão de Temer: "Acho que a atitude dele foi correta. O PMDB deve sair do governo e ficar, no mínimo, numa posição de independência".

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Agência Brasil
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