O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira que as famílias de vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), serão assistidos por uma força tarefa de apoio psiquiátrico. Segundo o ministro, o procedimento será conduzido pelo mesmo psiquiatra que realizou atendimento a parentes de vítimas dos ataques terroristas ao World Trade Center em Nova York.
[VC] Está em Santa Maria? Envie fotos, vídeos e relatos da tragédia
Galeria de fotos: Veja quem são as vítimas do incêndio em boate de Santa Maria
Infográfico: Veja como a inalação de fumaça pode levar à morte
Veja relatos de sobreviventes e familiares após incêndio no RS
“A partir de hoje começa a funcionar uma força tarefa específica de suporte psicológico aos familiares dos mais de 50 pacientes que estão internados em Porto Alegre. Os familiares que vão para a cidade ficam em casa de familiares, outros ficam em um hotel, que conseguimos com o município de Porto Alegre. São pacientes que vão ficar por um longo período”, afirmou o ministro.
“O mesmo protocolo que foi utilizado nas torres gêmeas de dar suporte psiquiátrico aos familiares, aos amigos com um trauma como esse está sendo aplicado a partir de hoje junto a esses familiares”, explicou Padilha. O apoio será dado pelo psiquiatra Pedro Lima, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
INCÊNDIO EM SANTA MARIA Entenda detalhes de como aconteceu a tragédia em Santa Maria, na região central do RS, que chocou o País e o mundo e como era a Boate Kiss por dentro |
Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.