Tráfico usava lojas de açaí como fachada na zona sul de Porto Alegre

Batizada de Operação Vicus X, a ofensiva policial tem como alvos 10 mandados de prisão e 14 ordens de busca e apreensão em endereços localizados em Porto Alegre, Canoas, Gravataí e Charqueadas

17 jul 2025 - 09h26

Uma rede de tráfico de drogas que operava sob disfarce de lojas de açaí está no centro de uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A operação, realizada nesta quinta-feira (17), mobilizou agentes em quatro cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e resultou, até o momento, na prisão de nove pessoas.

Foto: Policia Civil/Divulgação / Porto Alegre 24 horas

Batizada de Operação Vicus X, a ofensiva policial tem como alvos 10 mandados de prisão e 14 ordens de busca e apreensão em endereços localizados em Porto Alegre, Canoas, Gravataí e Charqueadas. Entre os locais vistoriados estão estabelecimentos comerciais utilizados pelo grupo criminoso para disfarçar a venda de drogas, além de presídios, onde alguns dos envolvidos já estavam detidos e, segundo a investigação, continuavam atuando no esquema.

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As apurações começaram em março de 2024, após a identificação de duas mulheres que utilizavam um ponto comercial no bairro Restinga, na zona sul da capital, para comercializar maconha, crack e cocaína. Elas foram presas em flagrante à época, e com elas foram apreendidos meio quilo de maconha, porções de crack, anotações de contabilidade do tráfico, dinheiro em espécie e máquina de cartão. Posteriormente, ambas foram liberadas.

A partir desse flagrante, os investigadores detectaram outros pontos de venda disfarçados de açaíterias, como um localizado no bairro Hípica, também em Porto Alegre. A atuação da quadrilha incluía vendas presenciais e telentrega, com base principal no bairro Restinga.

De acordo com o delegado Ewerton de Melo Souza, responsável pela investigação, os estabelecimentos mantinham a aparência de lojas comuns de açaí, mas tinham como principal atividade o comércio de entorpecentes. O delegado explicou que o grupo possuía uma estrutura dividida: enquanto os vendedores operavam na linha de frente, os líderes se mantinham afastados da rotina das vendas, concentrando-se no abastecimento das drogas.

Além das duas mulheres já identificadas, a polícia aponta a participação de pelo menos seis vendedores e integrantes da liderança da organização, além de fornecedores dos entorpecentes. Parte da coordenação do esquema, segundo a investigação, partia de dentro de penitenciárias, com ordens repassadas por celulares utilizados ilegalmente por presos.

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Os policiais também cumpriram mandados em celas nos presídios de Canoas, Gravataí e Charqueadas, onde estariam detidos criminosos ligados ao fornecimento e à logística da distribuição.

O delegado destacou que a operação representa apenas o início de um trabalho mais amplo. A Polícia Civil pretende seguir com o mapeamento de outros possíveis comércios de fachada utilizados pelo grupo.

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