Tarcísio pede para população economizar água com reservatórios em baixa em São Paulo

Em entrevista à CNN Brasil, o governador de São Paulo reconheceu que obras estruturais não resolvem o problema no curto prazo; mananciais de SP operam com 26% da capacidade

26 dez 2025 - 18h22

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu para que a população economize água por causa da queda nos níveis dos reservatórios e da estiagem prolongada no Estado.

Em entrevista à CNN Brasil, o governador afirmou que o momento exige atenção e que a população precisa colaborar: "Todos precisam fazer a sua parte. É importante que a população utilize com consciência", disse.

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Ontem, 25, quando a capital paulista registrou 35,9 ºC, o governo paulista divulgou um alerta para 'redução imediata do consumo de água' no Estado e pediu para que as pessoas tomem banhos rápidos, evitem desperdícios e o uso para fins não essenciais, como encher piscinas ou lavar calçadas e carros.

"O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento", diz o texto.

Tarcísio disse nesta sexta-feira, 26, que o governo paulista mantém investimentos para reforçar a segurança hídrica, mas reconheceu que as medidas estruturais não resolvem o problema no curto prazo.

"Há obras em curso, ligação de bacias, mas isso não basta. O que pudermos economizar será importante", afirmou.

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Aumento no consumo

Com a falta de chuvas, o Sistema Cantareira, que abastece a Grande SP, está com apenas 20% do seu volume operacional. Na foto Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. FOTO: Felipe Rau/Estadão
Com a falta de chuvas, o Sistema Cantareira, que abastece a Grande SP, está com apenas 20% do seu volume operacional. Na foto Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. FOTO: Felipe Rau/Estadão
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

De acordo com o governo paulista, a onda de calor que atinge o Estado, desde a última semana, provocou um aumento de até 60% no consumo de água. E, segundo a Sabesp, em algumas regiões, o uso desenfreado está afetando diretamente o nível dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo, causando a interrupção do fornecimento em alguns bairros.

Segundo o governo de São Paulo, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que abrange sete mananciais e é responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, opera atualmente com 26,42% de sua capacidade de armazenamento.

Dois dos principais reservatórios do Estado, Alto Tietê e o Sistema Cantareira, por exemplo, operam com volumes próximos de 20% da capacidade.

As chuvas continuam abaixo da média na região: o acumulado em novembro foi de 108,1 milímetros, enquanto a média histórica do período é de 150,6 mm.

Desde agosto, o governo de São Paulo, em parceria com a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), determinou a redução da pressão noturna da água na região metropolitana de São Paulo para preservar os mananciais.

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Como medida preventiva, a Sabesp vem reforçando o abastecimento com o apoio de caminhões pipa em regiões específicas.

Reclamações

Nas redes sociais da Sabesp há diversas reclamações sobre a escassez de água.

Em nota, a empresa diz que vem registrando um expressivo aumento no consumo de água em dias de temperaturas elevadas, "o que provoca oscilações pontuais no fornecimento e exige ajustes operacionais constantes na distribuição para garantir o atendimento à população".

Segundo a companhia, as áreas altas são as mais afetadas na região metropolitana, já que a pressão da rede é menor. Já as regiões mais baixas "seguem sendo abastecidas normalmente".

De acordo com a companhia, em um dia de temperatura considerada "normal", a Sabesp produz cerca de 66 mil litros de água por segundo. Mas, nos últimos dias, teve de produzir cerca de 72 mil litros por segundo.

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