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RJ: integrantes do Black Bloc recebem solidariedade de presos em Bangu

Relato é da advogada que visitou os três membros do grupo presos após ação da Polícia Civil que os enquadrou no crime de quadrilha armada

6 set 2013 - 23h40
(atualizado às 23h42)
<p>Manifestantes do movimento Black Bloc realizaram um protesto nesta sexta-feira no prédio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a prisão de três pessoas ligadas ao grupo</p>
Manifestantes do movimento Black Bloc realizaram um protesto nesta sexta-feira no prédio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a prisão de três pessoas ligadas ao grupo
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Os três membros do grupo Black Bloc presos desde a investida da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na última quinta-feira, que os enquadrou no crime de quadrilha armada estão recebendo a solidariedade dos demais presidiários do complexo penitenciário de Bangu 9. Os detentos consideram os jovens presos políticos, de acordo com a advogada Eloísa Samy, voluntária e uma das representantes dos detidos. Os integrantes do Black Bloc estão com as cabeças raspadas, em cela comum, mas isolados dos demais presidiários. Conforme a defensora, o trio está preocupado com a repercussão do caso junto aos familiares.

O flagrante dos três administradores da página do grupo no Facebook foi convertida nesta sexta-feira em prisão preventiva pela 27ª Vara Criminal de Justiça do Rio. Eles ficarão presos até o julgamento. Na ação de busca e apreensão executada pela Polícia Civil, na manhã da última quinta-feira, foram encontrados, além de máscaras e facas, artefatos conhecidos, na linguagem policial, como “jacaré”. Trata-se de uma espécie de “pedra com pregos”. O que configurou o grupo na denúncia foi a mensagem na rede social para que cada integrante produzisse em série outros dez artefatos.

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“Eles estão bem de uma maneira geral. Isolados, mas estão muito tensos com a situação. Eles estão preocupados com a repercussão de tudo junto com os familiares”, contou Eloísa, advogada bastante presente nas manifestações e que conta com procuração para atender os manifestantes presos, ao lado do Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH).

Dois adolescentes também foram apreendidos, mas liberados ainda no mesmo dia, enquanto os três integrantes, cujas identidades não foram reveladas pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça, mas que estão na faixa dos 20 anos, seguem presos no complexo de Bangu por não terem curso superior completo. “Eles estão recebendo a solidariedade dos outros presos que sabem que eles não são presos comuns. São considerados presos políticos”, relatou.

Dos três presos denunciados por formação de quadrilha armada, um dos administradores da página recebeu ainda a denúncia formal de pedofilia. De acordo com a Polícia Civil, dentro do mandado de busca e apreensão foram encontradas imagens no computador que conteriam imagens do crime.

“Ele me disse que deixou baixando arquivos de vídeo e que imagens do tipo vieram junto, que ele não tinha nenhuma intenção nisso. Qualquer um que baixa material da internet sabe que às vezes vem esse conteúdo impróprio. Eram imagens de adolescentes nuas em torno de 12 anos”, complementou Eloísa Samy. 

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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