Relator da CPI dos Ônibus do Rio diz que não vai renunciar

Vereador do PMDB negou qualquer relação com empresários de ônibus da cidade

12 ago 2013 - 10h49
(atualizado às 12h52)
Com o prédio fechado por ordem da presidência da Câmara, funcionários estão sem poder trabalhar
Com o prédio fechado por ordem da presidência da Câmara, funcionários estão sem poder trabalhar
Foto: Marcus Vinicius Pinto / Terra

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Professor Washington (PMDB), disse na manhã desta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que não vai renunciar ao cargo de relator da comissão. "Minha autoridade moral me credencia. Sou presidente da Comissão de Orçamento da Câmara e tenho todas as condições para estar onde estou"", afirmou ele, negando qualquer relação com empresários de ônibus da cidade.

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"Minha relação é com o povo", rebateu. Ele disse ainda que não entende porque o vereador Eliomar Coelho (Psol), que pediu a instalação da CPI, tenha que ser necessariamente o presidente. 

"Se descobrirmos alguma irregularidade das empresas vamos puní-las", garantiu. Sobre a reunião marcada para esta segunda-feira com os manifestantes, alguns vereadores reclamaram de não terem sido avisados.

"Não é costume virmos na Casa às segundas-feiras", disse Paulo Pinheiro, do PPS que tentava negociar a entrada de funcionários, que foram impedidos de ingressar desde as 7h pela segurança da Câmara. 

Eduardo Paes

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O vereador Paulo Pinheiro (Psol) disse que o primeiro que deveria tentar resolver o impasse da CPI dos Ônibus é o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). "Ele aprova tudo o que quer aqui. Na semana passada aprovou um empréstimo de R$ 500 milhões que ninguém sabe para o que é. Então, ele deveria chamar sua base aliada e resolver esse impasse", disse Pinheiro.

Com o prédio fechado por ordem da presidência da Câmara, o parlamentar lamentou a situação de funcionários que estão sem poder trabalhar. "Essa Casa precisa de um banho de civilidade. Isso é um absurdo. Você pode entrar para acompanhar uma plenária e nao pode se manifestar porque pode ser preso. Isso é do tempo da ditadura", reclamou ele.

O presidente da Câmara convocou os 51 vereadores para uma reunião às 14h para tentar encontrar uma solução para as reivindicações dos manifestantes. "Absurdo é termos gente na CPI que nao apoiou a investigação e não tem ninguém da comissão sse transportes por exemplo", ressaltou Paulo Pinheiro, que disse que os manifestantes estão bem, comendo biscoitos e que não viu nada quebrado ou depredado.

Ainda sem saber se vão poder participar da reunião, os manifestantes leram no fim desta manhã nove itens de reinvindicações que vão fazer aos vereadores. Entre elas, está o pedido de anulação da atual CPI. Eles também exigem que a Câmara não restrinja o acesso da população às sessões da CPI, desde que se respeite a ocupação máxima da plenária; pedem a renúncia de parte dos membros da CPI (Chiquinho Brazão, Professor Washington e Jorginho da SOS, do PMDB, além de Renato Moura, do PTC); pedem que só possam participar da CPI os vereadores que assinaram a proposição de abertura; pedem que o proponente seja o presidente da mesma (no caso, o vereador Eliomar Coelho, do Psol); exigem transparência nas reuniões e garantia de presença da população nas reuniões; pedem a criação de uma comissão paralela para fiscalizar a documentação da CPI; pedem a reforma do regimento interno da Câmara para permitir a manifestação popular durante as plenárias, a libertação dos presos em protestos e garantias aos que estão ocupando a Câmara de que não serão detidos. Os manifestantes disseram que estão insatisfeitos com a forma como Jorge Felipe está conduzindo as negociações. 

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Fonte: Terra
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