Policial militar agride manifestante durante protesto em Salvador, motivado pela morte de um jovem de 16 anos; caso será investigado pela Corregedoria da PM da Bahia.
Um policial militar foi flagrado agredindo um manifestante com um tapa no rosto na noite de quinta-feira, 9, durante um protesto de moradores do bairro de São Marcos, em Salvador. O nome do agente não foi divulgado, mas a Polícia Militar informou ao Terra que o caso será investigado.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A agressão do militar ocorreu durante uma manifestação em virtude da morte de Caique Reis, de 16 anos. O adolescente, que estudava e trabalhava em uma barbearia, foi morto no dia 28 de setembro, durante um campeonato de futebol amador no bairro.
Familiares e moradores da comunidade afirmam que o jovem levantou as mãos quando a polícia ordenou, mas mesmo assim foi baleado. Os militares envolvidos na morte de Caíque foram afastados.
Os moradores de São Marcos têm se manifestado desde a morte de Caíque, reclamando da violência policial e afirmando que têm sido vítimas de abusos. A agressão aconteceu quando o agente tentou impedir a gravação do protesto.
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar da Bahia (PMBA) informou que tomou conhecimento do vídeo.
Em nota, a Corporação disse que repudia qualquer conduta que se afaste dos princípios da legalidade, da ética e do respeito aos direitos humanos, e informou que determinou à Corregedoria a imediata instauração de procedimento para apuração rigorosa dos fatos, a fim de adotar as medidas cabíveis.
“A PMBA reafirma que não compactua com excessos ou desvios de conduta e reitera seu compromisso com a disciplina, a hierarquia e a proteção da integridade de todos os cidadãos”, acrescentou.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, enviou uma nota ao Terra afirmando que as cenas são repugnantes. "A conduta daqueles policiais é totalmente incompatível com qualquer parâmetro de segurança pública em uma democracia. As cenas de um policial agredindo um morador são inadmissíveis e destoam de qualquer parâmetro de atuação dentro da legalidade", disse.
Diante das cenas, a pasta de Justiça e Direitos Humanos formalizou denúncia junto ao Comando Geral da Polícia Militar, e ao Ministério Público do Estado.
"A minha expectativa é que o Comando Geral da Polícia Militar do Estado seja célere no processo investigatório, e que os policiais sejam imediatamente afastados de suas atividades, bem como que sejam adotadas as medidas para proteção dos moradores que estão mobilizados. Nenhum cidadão pode ser retaliado ou reprimido por questionar a atuação policial", acrescetou Freitas.
