A Polícia Civil de São Paulo realiza a perícia no restaurante Jamile, cujo mezanino desabou na tarde da última quarta-feira, 8, provocando a morte de uma pessoa e deixando outras cinco feridas. O estabelecimento fica localizado na altura do número 647 da Rua 13 de Maio, no bairro Bela Vista, região central da capital.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), peritos estiveram no local nesta quinta-feira, 9, e "realizaram os exames necessários" para apurar as circunstâncias do acidente. Questionada sobre quais seriam esses exames e qual a principal linha de investigação, a pasta não forneceu mais detalhes.
Após a queda da estrutura, dados preliminares apontaram que o acidente havia sido provocado por uma explosão decorrente de um vazamento de gás, mas a informação foi corrigida posteriormente pela Polícia Militar, que declarou que o mezanino desabou. O restaurante não estava aberto ao público no momento e era ocupado apenas por funcionários.
A secretaria acrescentou que novas perícias podem ser feitas a pedido da autoridade policial. O caso foi registrado como desabamento, e as investigações são conduzidas pelo 5º Distrito Policial (Aclimação).
Nesta quinta, a Defesa Civil informou que uma equipe técnica foi ao local para realizar uma vistoria e que apenas o restaurante Jamile foi interditado, preservando o funcionamento de outros prédios e estabelecimentos do entorno. "Agora, o caso segue sob investigação da Polícia Civil e da perícia criminal a ser realizada pela Polícia Técnico-Científica."
Em comunicado publicado nas redes sociais, o restaurante lamentou o acidente e disse estar prestando o suporte necessário aos familiares das vítimas.
Em nota, a assessoria do chef Henrique Fogaça, que assina o menu do restaurante, negou que ele seja dono do local. Segundo o texto, "a atuação dele no Jamile se restringe à criação e assinatura do cardápio da casa, sem envolvimento na gestão administrativa ou operacional do estabelecimento."
No comunicado, o chef disse ter prestado solidariedade às vítimas e aos familiares e reafirmou que a principal preocupação "é o bem-estar de todos os envolvidos e o acompanhamento da assistência necessária".
Vítimas
O desabamento provocou a morte de Suênia Tomé, de 57 anos, funcionária do restaurante. Outras cinco pessoas ficaram feridas e precisaram de atendimento médico. Segundo a Prefeitura de São Paulo, quatro vítimas já receberam alta.
Uma quinta pessoa foi levada ao Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A unidade foi procurada, mas informou que não pode fornecer detalhes sobre o estado de saúde dos pacientes.
Outras duas pessoas também foram atendidas em estado de choque após a queda da estrutura.
Suênia Tomé teve uma parada cardiorrespiratória após ficar embaixo dos escombros. Houve tentativa de reanimá-la, mas a funcionária não resistiu. Ela foi retirada do local do acidente por volta das 18h15. Nascida na cidade de Monteiro, na Paraíba, seu corpo será velado e sepultado em seu município de origem.
Conforme nota da prefeitura local, que lamentou a morte de Suênia, ela era conhecida como Mena pelas pessoas da cidade.
"Suênia, com seu talento e sua força de vontade, estava em São Paulo lutando pelo bem-estar de sua família e alcançou voos profissionais notáveis, chegando a fazer parte da equipe de um dos mais conceituados restaurantes paulistas", disse a nota. "Que Deus possa dar conforto a todos neste momento de tamanha dor. Recebam toda a nossa solidariedade."