Obra de arte retrata mulher negra em prédio de 18 andares no centro de São Paulo; saiba onde

Grafite da artista Gugie Cavalcanti propõe um momento de reflexão ou 'um respiro' para quem vive ou trabalha nas proximidades do marco zero da cidade

11 mai 2024 - 09h10

Quando você estiver andando na região da Sé, no centro da cidade, vai ter um motivo especial para olhar para cima, nem que seja por alguns segundos. O prédio do número 167 da rua Tabatinguera ganhou uma obra de arte que ocupa os 18 andares de sua parede lateral.

Ao longo de nove anos, a empresa já viabilizou a construção de mais de 120 obras em São Paulo, Campinas, Salvador, Brasília e Belém.

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A empresária, curadora e produtora cultural Vera Nunes, fundadora da Gentilização, explica que o nome da entidade nasceu em oposição ao termo "gentrificação", transformação do perfil social dos bairros que provoca sua valorização mercadológica e a expulsão de antigos moradores.

"Decidi trabalhar outra narrativa, que seria a gentilização. O meu contraponto é que a cidade não precisa ser gentrificada; ela precisa ser gentilizada. Uma cidade que pudesse exibir nas suas paredes e nos seus territórios comuns a gentileza como prática", diz Vera.

Para a produtora, a localização da obra em uma região marcada por carências, principalmente para a população negra, também representa uma ruptura.

"Com essa arte, nós estamos trazendo um recado, no marco zero da cidade, de que nós queremos mais do que resistir, queremos existir. E mais do que existir, queremos respirar. Não queremos só viver na luta, queremos tranquilidade e plenitude para viver", completa.

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O projeto da rua Tabatinguera foi realizado com recursos financeiros do projeto Museu de Arte de Rua de São Paulo, iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura para ampliar a produção de arte urbana. Entre 2021 e 2023, foram entregues à cidade 306 murais de arte urbana entre empenas e muros.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Gentilização, produtora de arte urbana em grandes proporções que prioriza, em sua curadoria, artistas negros, periféricos, mulheres, entre outros públicos discriminados socialmente, a partir de uma perspectiva decolonial

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