Em meio ao fogo cruzado da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, Kelma Rejane foi baleada enquanto estava na academia na manhã desta terça-feira, 28. Em entrevista ao RJ1, da Rede Globo, ela contou ter se assustado com o barulho, até que sentiu o começo de uma queimação e descobriu que uma bala a atingiu.
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“Eu só fiquei meio assustada pelo barulho que foi muito alto e começou a queimar meu glúteo, que [a bala] entrou no glúteo, e foi aquela movimentação. Mas agora está tudo bem”, disse ela ao jornal.
Após ser baleada, ela foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas pelo marido e recebeu alta ainda pela manhã. Segundo registros obtidos pelo jornal, outras três pessoas atingidas por 'balas perdidas' também foram atendidas na unidade durante a manhã.
A mulher treinava na Academia Marretão Fitnes, que fica no bairro Olaria, vizinho ao Complexo do Alemão -- um dos alvos da operação policial. Em nota publicada nas redes sociais reforçaram que a aluna passa bem.
"Reforçamos nossa solidariedade à aluna e sua família e agradecemos as mensagens de apoio e preocupação", complementaram, na publicação.
Mais sobre a megaoperação
Aconteceu nesta terça-feira uma megaoperação para capturar lideranças do crime organizado e combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) tendo como alvo os complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Até última atualização confirmada pelo Terra com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, morreram 64 pessoas, sendo 4 delas policiais, em torno da operação policial -- a tornando a mais letal da história da cidade.
Em nota, o Governo do Estado do Rio de Janeiro apontou que essa é a maior operação de segurança ocorrida em 15 anos, reforçando o "combate ao narcoterrorismo". A ação está mobilizando 2,5 mil policiais civis e militares, já tendo realizado 81 prisões e apreendido 72 fuzis.
"Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado. O que estamos enfrentando não é mais crime comum, é narcoterrorismo. Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado", disse o governador Cláudio Castro, durante entrevista coletiva realizada durante a manhã no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).