Em meio à euforia da volta aos gramados com a Ligga Arena lotada, o Paraná Clube segue nos bastidores tentando resolver o leilão da sede da Kennedy. As conversas são constantes com integrantes da prefeitura de Curitiba e da Câmara de Vereadores, tentando desatar os nós que impedem a venda da área. Doada pelo poder público ao então Água Verde nos anos 1950, a sede da Kennedy não pode ser alienada por força da lei. E enquanto essa negociação prossegue, na Justiça as coisas começaram a andar.
A venda ou leilão da área do Paraná Clube é considerada fundamental para todo o processo de recuperação judicial do Tricolor. Isto porque o plano da diretoria é reverter tudo que for arrecadado para o pagamento das dívidas. Em setembro, vence o período de carência dado por lei (um ano) e o Paraná será obrigado a começar a pagar seus débitos, em um cronograma aprovado pela 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba.
Vender a sede da Kennedy também representa um fôlego que facilitaria a venda da SAF do Paraná Clube. A Carpa Family Office segue interessada, mas depende do fim deste imbróglio. O leilão da área se soma à volta para a primeira divisão do Campeonato Paranaense como situações obrigatórias para a 'refundação' tricolor.
O valor da sede do Paraná Clube
A discussão sobre o valor da sede da Kennedy na Justiça está indo para o terceiro mês. Em fevereiro, o leiloeiro judicial Hélcio Kronberg apresentou sua perícia, avaliando a área em R$ 68.727.099,84. Em resposta à juíza Mariana Gusso, o Paraná Clube defendeu que a área vale R$ 88.600.000,00, praticamente R$ 20 mi a mais. Com os dois lados manifestados, a magistrada pediu ao leiloeiro que reavaliasse sua perícia levando em consideração a avaliação independente do Tricolor.
Kronberg entregou há alguns dias sua resposta à intimação da juíza Gusso. Ele reforçou o valor avaliado por ele, de quase R$ 69 milhões, argumentando que há um fator que reduz a avaliação da sede da Kennedy. Como o Paraná Clube alugou o grande salão para o Espaço Torres até o final de 2032, quem assumir a área terá que desfazer o negócio. E, para isso, será preciso pagar uma multa superior a R$ 10 milhões.
