Funcionária de um restaurante em Brasília denuncia agressão por parte de uma colega responsável, que foi demitida após o incidente; a vítima busca medidas judiciais.
Vilmara Assis, 27, é funcionária da unidade do Divino Fogão, do ParkShopping Brasília, onde ela afirma ter sido agredida pela coordenadora Raquel Lima da Silva, no último domingo (7). A ex-funcionária também divulgou nas redes sociais um vídeo em que aparece levando um soco no rosto enquanto gesticula para alguém atrás de uma porta entreaberta.
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“Começou porque a maquininha travou”, explicou a funcionária, em entrevista ao Terra. “Entro 10h da manhã e saio às 10h da noite, isso [acontecia] desde cedo. Já eram 2h [da tarde], mas eu estava conseguindo operar os dois caixas do mesmo jeito.”
Mesmo com a operação de caixa em curso, segundo Vilmara, uma gerente foi até o local para resolver o problema. Sem conseguir, acionou Raquel. “Ela falou para mim: 'Por que eu não resolvi [o problema]' se ela já tinha me ensinado dez vezes”, lembra a funcionária, que afirmou não ser o momento de resolver um problema técnico.
“Ela simplesmente mandou [eu] calar a boca, respeitá-la. Mandou falar baixo também — mas ela continuava falando o tempo todo em voz alta", explicou.
Vilmara conta que clientes testemunharam a cena,gerando desconforto e vergonha. “Fiquei oprimida ali, com vergonha, nervosa, mas continuei trabalhando. Nisso, ela [a coordenadora] veio e falou novamente, na frente dos clientes, para quando eu terminar de atender, procurá-la para uma conversar de mulher para mulher”, detalha.
“Fui e, essa filmagem [acima], foi na hora que a gente estava conversando: eu, ela e o gerente geral. Depois que terminei de falar a minha versão, ela deu um soco no meu rosto.”
Após a agressão, Vilmara disse que foi ao banheiro por sentir vergonha dos olhares sobre ela. Lá, acionou a polícia, que chegou ao local para encaminhar as partes envolvidas à delegacia, onde um boletim de ocorrência foi registrado.
Vilmara ainda revelou ao Terra que a “pressão” é uma característica do restaurante em questão: “Você tem que zerar a fila rápido, você tem que ser uma operadora de caixa rápido, senão você é ruim, senão você é oprimida ali, você é chamada de mole, de lerda”, acusa.
Na postagem em que relata o caso no Instagram, a funcionária informa que “a situação foi comunicada ao setor de RH/Administração da empresa.” Além disso, ela agora busca “orientação legal e medidas judiciais cabíveis.”
Posicionamento do restaurante e do shopping
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da marca Divino Fogão, que se manifestou por meio da nota abaixo:
O Divino Fogão manifesta seu absoluto e veemente repúdio ao ato de violência e à conduta inadequada ocorrida recentemente na unidade Park Shopping Brasília. Episódios dessa natureza são totalmente incompatíveis com os valores éticos, de respeito e de integridade que norteiam nossas operações.
A unidade franqueada responsável, após apuração interna dos fatos, informou a demissão por justa causa da funcionária que cometeu o ato, adotando imediatamente as medidas cabíveis, conforme previsto na legislação trabalhista e em cumprimento às normas internas de conduta.
Reiteramos que qualquer forma de violência verbal, física, moral ou psicológica é inaceitável e não será tolerada sob nenhuma circunstância. Permanecemos firmes no compromisso de garantir um ambiente seguro, respeitoso e alinhado aos princípios que defendemos.
A rede já havia se manifestado por meio de comentário na publicação citada acima, conforme mostrado na imagem a seguir:
Já a assessoria de imprensa do ParkShopping Brasília informou que, “no momento, o shopping não vai se pronunciar.”
A reportagem não conseguiu contato com a acusada de agressão, Raquel Lima da Silva. Caso a defesa de Raquel deseje se manifestar, o Terra reitera que o espaço segue aberto para atualização.