Quatro dias após o vendaval, há ainda 97.006 mil imóveis sem energia elétrica em São Paulo neste domingo, 14. Em nota, a Enel afirmou que o evento climático que atingiu o Estado na quarta-feira, 10, foi o mais prolongado desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e dificultou o trabalho de recuperação da rede elétrica.
Segundo a concessionária, as rajadas de vento chegaram a 82,8 km/h e, pela primeira vez desde 2006, a estação meteorológica do Mirante de Santana registrou uma sequência tão prolongada de ventos superiores a 70 km/h na cidade de São Paulo. De acordo com a empresa, as rajadas prolongadas provocaram novas interrupções enquanto técnicos atuavam para restabelecer o fornecimento.
Em outro trecho da nota, a Enel informou que mobilizou, desde a manhã de quarta-feira, 1.800 equipes.
O blecaute teve início na terça-feira, 9, mas se intensificou na quarta, 10, após a passagem de fortes ventos pela capital e pela região metropolitana. Mais de 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar no escuro e, até sexta-feira, o problema ainda persistia para cerca de 700 mil unidades.
O vendaval, com rajadas que chegaram a 98 km/h, foi provocado por um ciclone extratropical formado no sul do País e que avançou em direção ao Sudeste. Os ventos afetaram a operação dos aeroportos de São Paulo, que registraram centenas de voos cancelados.
O Corpo de Bombeiros contabilizou mais de 1,4 mil chamados por queda de árvores apenas na quarta-feira na região metropolitana. Já a Sabesp informou que a falta de energia comprometeu o bombeamento e a distribuição de água em diferentes regiões.
Na sexta-feira, 12, a Justiça de São Paulo acolheu uma ação civil ajuizada pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública e determinou que a Enel restabeleça, em até 12 horas, o fornecimento de energia aos imóveis ainda atingidos pelo apagão. Em caso de descumprimento, a concessionária estará sujeita a multa de R$ 200 mil por hora.